Preços seguem pressionados e exportações são realizadas no “sacrifício”

 Preços seguem pressionados e exportações são realizadas no “sacrifício”

(Foto: Robispierre Giuliani)

(Por Cleiton Evandro dos Santos, AgroDados/Planeta Arroz) Apesar do indicativo de evolução no beneficiamento e saídas de arroz do Rio Grande do Sul em agosto, pelo faturamento da taxa CDO, e a notícia da exportação de um navio de arroz branco para Cuba, pela Euricom, que poderia se transformar em dois barcos até o final do mês e somar 60 mil toneladas, as cotações médias do grão em casca no estado seguem em queda, movimento que contamina também o comportamento em Santa Catarina. A CDO indica que agosto teve cerca de 65 mil toneladas a mais processadas ou remetidas para fora do RS, volume que envolve uma exportação de grão em casca e outra de grão branco.

Até a última semana notou-se também uma demanda mais forte por arroz em casca de indústrias catarinenses, paulistas, mineiras e paranaenses no Rio Grande do Sul, na faixa de R$ 74,00 “a levantar na propriedade”. O valor – que alcançaria algo como R$ 78,00 posto – por saca foi reportado em negócios realizados em Santa Vitória do Palmar, Tapes, Uruguaiana e Alegrete. No entanto, na atual semana houve um recuo destas empresas e as cotações voltaram a cair, variando entre R$ 72,00 e R$ 74,00 líquidos na maioria das praças, mais referenciais do que propriamente baseado em negociações efetivas. Quem precisa de matéria-prima, precisa se sujeitar ao preço pedido pelos fornecedores.

O Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, com pagamento à vista, registrou estabilidade em relação à segunda-feira, encerrando a R$ 74,94/saca de 50 kg nesta terça, 14. No geral, a liquidez foi baixa, uma vez que houve resistência de orizicultores em ceder nos preços para novos negócios.

Parte dos produtores acredita que o baixo volume de arroz ofertado até o momento pode sustentar os valores do produto. Ainda assim, é reportada ligeira maior oferta em determinadas praças. Do lado comprador, indústrias ofertam preços menores, alegando dificuldade na venda do beneficiado nos patamares que compensem a aquisição do preço do casca.

EXPORTAÇÃO

A semana abriu com farta sondagem de negócios para exportação, depois que foi divulgada a exportação de um barco com 30.450 toneladas de arroz branco para Cuba que partiu no último domingo. A possibilidade de uma segunda remessa gerou muita especulação, e até confirmação por alguns agentes de mercado, mas alguns traders, no final da tarde, cogitavam que o navio seria fechado por tradings que operam no Brasil mas com arroz argentino.
Avaliando os preços médios da operação, o que foi pouco divulgado, em US$ 467,50 por tonelada do arroz branco, chega-se à média da saca a R$ 72,00 colocada no porto. O valor está abaixo do mercado em pelo menos 50 centavos de dólar e a carga mobilizou 26 indústrias que cortaram margens para viabilizar o negócio e garantir a exportação. Não foi um grande negócio, em função das margens muito apertadas, mas sim um grande esforço de empresas e trading pela redução do volume disponível de arroz no mercado gaúcho, em resumo. Mais dois barcos estão sendo negociados para a América Central e a América Latina, mas os preços argentinos são muito mais competitivos de que os brasileiros no momento.

PREÇOS

Refletindo a queda dos preços da matéria-prima, o fardo do arroz beneficiado também vem apresentando um recuo de R$ 1,00 a R$ 2,00 a cada sete/10 dias. Os preços ao consumidor também estão retrocedendo e as médias já estão na casa dos R$ 23,00 para o pacote de cinco quilos, branco, Tipo 1. Em casos especiais (aniversário, inauguração de supermercados, etc…) há preços até inferiores a R$ 14,00. O varejo segue comprando da mão para a boca e a tendência é de que o mês de setembro feche no negativo. Até a terça-feira, dia 14, as cotações médias acumulavam retração de 1,9%.

1 Comentário

  • Precisamos de mais exportações para regular os preços do mercado interno.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter