Final feliz para a invasão do MST no Irga
O Irga está disposto a um entendimento amigável com os assentados do MST, tanto que nesta terça-feira deverá acontecer uma reunião entre representantes do Irga e o secretário extraordinário de reforma agrária e cooperativismo do Rio Grande do Sul, Vulmar Leite.
O diretor comercial do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), Rubens Silveira, garantiu neste sábado que terminou com um final feliz a invasão dos assentados do MST em um escritório do Irga, na cidade de Palmares do Sul (RS). A invasão aconteceu no final da manhã de sexta-feira e ainda durante a noite, após duas investidas da Brigada Militar, os assentados aceitaram se retirar do local. Os reféns foram liberados e o escritório desocupado cerca de 12 horas após o início do conflito.
O grupo de aproximadamente 50 assentados do MST estava exigindo que o Irga direcionasse para suas lavouras a água de um reservatório, compensando a seca em uma lagoa que estava sendo usada. O reservatório do Irga atende pouco mais de 3,5 mil hectares de arroz de 146 produtres parceiros do instituto. Os assentados do MST foram colocados na área vizinha ao Irga em 2000, no Governo Olívio Dutra, em uma área de 1,3 mil hectares.
A falta de água para os assentados, motivo da invasão, aconteceu em razão da seca que castiga o Rio Grande do Sul e acabou com a água de uma lagoa antes usada pelos assentados. Nesta segunda-feira, o Irga ingressará na Justiça com um interdito proibitório, documento que assegura agilidade na ordem de reintegração de posse caso a área volte a ser invadida. O interdito proibitório é usado quando há risco de nova invasão”, explica Silveira. Sexta-feira, para garantir a desocupação do escritório, o Irga já havia ingressado com um pedido de reintegração de posse.
O Irga está disposto a um entendimento amigável com os assentados do MST, tanto que nesta terça-feira deverá acontecer uma reunião entre representantes do Irga e o secretário extraordinário de reforma agrária e cooperativismo do Rio Grande do Sul, Vulmar Leite. “É preciso deixar claro que a falta de água para as lavouras não é um problema isolado. O Irga não quer prejudicar nenhum produtor, mas precisa manter o atendimento aos parceiros de quase 50 anos”, observou Rubens Silveira.
Antes mesmo da invasão dos assentados do MST, o Irga já havia reduzido o volume de água retirada da lagoa que antes tinha capacidade para atender os assentados e também algumas áreas de produtores atendidos pelo Irga.