Empresa vende arroz impróprio para consumo no Japão

JapãoProduto tinha sido adquirido do governo japonês sob a condição de ser usado para fins industriais, como a produção de cola e outros materiais. O presidente da Mikasa Foods, Mitsuo Fuyuki, atribuiu a prática às dificuldades do mercado.

O Ministério da Agricultura anunciou sexta-feira 5 que a Mikasa Foods revendeu o arroz importado com pesticidas acima do nível permitido comprado do governo japonês. O presidente da empresa, Mitsuo Fuyuki, disse em entrevista coletiva sábado 6 que a prática iniciada há cinco anos foi uma tentativa de superar as condições desfavoráveis aos negócios.

De acordo com o Ministério da Agricultura, o governo japonês tinha vendido o arroz importado da China, Vietnam e outros países com a condição de que o arroz fosse usado para outros fins, como fazer cola e produtos industriais.

Fuyuki, 73 anos, disse que a venda ilícita foi uma tentativa de aumentar a margem de lucro da empresa, que passava por sérias dificuldades financeiras.

– Peço desculpas por causar problemas e preocupações a tantas pessoas. Compramos arroz por cerca de 10 ienes o quilo, e revendemos por preços que variavam entre 35 e 50 ienes – admitiu o presidente.

Ele ainda confessou que sob suas ordens a empresa registrava as compras e vendas em dois sistemas contábeis para encobrir os fatos e despistar a fiscalização do governo japonês.

Por meio da investigação, o ministério descobriu que a Mikasa Foods comprou grandes quantidades de arroz inapropriado para o consumo de fornecedores, o que indica que a companhia pretendia ainda lucrar com a revenda. Além disso, cinco fabricantes de bebidas alcoólicas foram descobertas durante a inspeção de emergência.

O órgão governamental está preparando uma acusação criminal formal contra a Mikasa por violação da lei de vigilância sanitária do arquipélago.

Apesar de o ministério ter declarado que não houve registros de doenças relacionadas ao caso, a revelação deve causar preocupação sobre a segurança dos alimentos entre os consumidores.

Um funcionário da empresa disse a repórteres que o arroz era misturado intencionalmente com outros ingredientes para o preparo do sakê.

Envolvimento

As empresas são a Hikari Shuzo, de Fukuoka, a Batsugun Shuzo e a Rokuchoshi Shuzo, de Kumamoto, a Kikaijimashuzo Co. e a Nishi Shuzo, de Kagoshima. Algumas empresas já começaram a recolher os produtos a venda e o ministério acrescentou que novos casos ainda podem ser descobertos.

O Ministério da Agricultura exigiu o recolhimento do arroz vendido pela Mikasa Foods, mas a empresa declarou que será difícil recolher toda a quantidade vendida.

– O arroz é usado imediatamente após ficar estocado por um ou dois anos – disse um funcionário do setor financeiro da Mikasa Foods.

– Este tipo de arroz provavelmente já deve ter sido usado.

Medidas

A Mikasa Foods declarou que, desde a ordem do governo, já recolheu de 4 a 5 toneladas da mercadoria de uma empresa que comprou produto como um ingrediente para bebidas alcoólicas destiladas. O escândalo fez alguns supermercados e lojas de departamento recolherem bebidas alcoólicas produzidas pelas cinco empresas. Dentre elas, a Ito-Yokado Co. retirou das prateleiras os sakês da Nishi Shuzo nas 150 lojas.

Acordo

O Japão importa uma certa quantidade de arroz todos os anos para cumprir com as exigências do acordo com a Organização do Comércio Mundial. Por conta de fungos e pesticidas a níveis acima do permitido, parte desta mercadoria é destinada para fins industriais, como a produção de cola. O preço de venda é 10% do valor do arroz importado para ser consumido.

Desde 2003, a Mikasa Foods adquiriu do governo do Japão um total de 1,7 toneladas deste tipo de mercadoria importada da China, Vietnã e outros países.

Cerca de 809 toneladas continham um pesticida tóxico. A empresa já tinha vendido 354 toneladas deste tipo de arroz para outras firmas alimentícias e o resto era mantido em estoque.

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