FAO alerta para aumento de preços dos alimentos nos países pobres

A produção de arroz aumentará em 0,7%, mas não está sendo traduzida em redução de preços, segundo a FAO.

Os preços de alimentos nos países pobres continuam a aumentar, apesar da recessão mundial e da queda no mercado de commodities. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – (FAO, da sigla em inglês), depois de atingir um recorde histórico em 2008, a produção de grãos no mundo cairá 3,1% em 2009, o que pode agravar a crise alimentar. Estão em situação crítica 32 países, inclusive Cuba.

No total, o mundo produzirá 2,2 milhões de toneladas de grãos, a segunda maior safra da história. Para as safras de 2009-2010, a redução prevista para o trigo será de 4,9%, contra uma queda de 3,7% no milho. A produção de arroz aumentará em 0,7%.

– A decisão dos fazendeiros de plantas foi influenciada pela perspectiva de preços reduzidos, enquanto os custos de produção continuaram altos – afirmou o relatório da FAO.

Uma das tendência seria de uma migração dos produtores para a soja, que custa menos para cultivar.

Mas o problema é que a maior produção em 2008 e mesmo a produção elevada de 2009 não estão sendo traduzidas em uma redução dos preços dos alimentos nos países mais pobres. Segundo a FAO, o preço dos alimentos continua mais alto que há um ano na grande maioria dos países. Em quase 20 países os alimentos atingiram mais uma vez preços recordes nas últimas semanas. Os mais atingidos são os africanos, principalmente os que vivem em zonas urbanas.

Nos mercados mundiais, os preços do trigo, arroz, milho e soja caíram até 50% depois da eclosão da recessão. De acordo com a FAO, os motivos dessa discrepância são três: uma produção agrícola fraca nos países pobres, a volatilidade das moedas e a falta de financiamento para a importação diante da seca nos créditos bancários. Em um ano, a queda das importações foi de 27%.

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