Mudanças climáticas trará fome ao mundo, afirmam estudos
Estudo diz que em 2050, 25 milhões de crianças passarão fome.
Estudos feitos pelo Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar e Banco Mundial divulgados ontem (30) em Bangcoc na Tailândia, revelam que em 2050, mais de 25 milhões de crianças vão passar fome devido a escassez de alimentos, provocada pelo aumento da população e ao aquecimento global.
A adaptação às mudanças climáticas como por exemplo, melhores estradas, sistemas de irrigação e acesso a água potável vão custar caro: US$ 100 bilhões anuais a partir do ano que vem.
As previsões fazem pressão nos líderes mundiais que se preparam para a reunião da Cúpula da ONU (Organização das Nações Unidas) daqui a dois meses em Copenhague, onde será feito um novo acordo substituto do Protocolo de Kioto, que expira em 2012.
Segundo o estudo do Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar (IFPRI, na sigla em inglês), em 2050 haverá queda de 286 calorias diárias na alimentação dos habitantes dos países em desenvolvimento, que passarão a comer 2,41 mil calorias diárias. Na África, a queda será de 392 calorias e nos países industrializados, 250.
De acordo com Gerald Nelson, um dos autores do estudo, o drama pode ser evitado com um investimento anual de US$ 9 bilhões para aumentar a produtividade agrícola. Deveremos ter um aumento de 50% na população do planeta até 2050 e conseguir produzir alimentos para tanta gente já seria um grande desafio, mesmo se não houvesse aquecimento, afirma.
O estudo mostra que todas as regiões do planeta serão afetadas, porém o impacto será maior no sudeste asiático e na África Subsaariana, devido as colheitas ruins e secas severas, e o preço de alimentos básicos como trigo, soja e arroz deverão sofrer grandes aumentos, como 121% no caso do arroz.
Na pesquisa feita pelo Banco Mundial, o alerta é de que se não forem tomadas atitudes, o custo será alto depois. Segundo os especialistas, boa parte dos custos de adaptação nos países emergentes deve ser destinado à proteção dos sistemas de transporte e das áreas litorâneas, com investimentos de US$ 100 bilhões anuais.
O diretor de assuntos ambientais do Banco Mundial, Warren Evans diz que foi incluído no estudo dados sobre o crescimento de diversas nações, já que a maior parte dos estudos anteriores estima que alguns países ficarão iguais até 2050, o que é incorreto.