Paquistão: quebras de 27% na safra de arroz 2010/2011
O país é o terceiro maior exportador mundial de arroz, com exportações de 3,7 milhões de toneladas beneficiadas no ano-safra 2009/2010 e projeções que apontavam para vendas externas de 3,6 milhões de toneladas beneficiadas em 2010/2011.
Paquistão: quebras de 27% na safra de arroz 2010/2011
25/8/2010
As inundações no Paquistão devastaram cerca de 20% das áreas agrícolas do país, ou 1,93 milhão de acres (776.996 hectares), gerando prejuízos de US$ 2,8 bilhões, segundo projeções do Ministério de Alimentação e Agricultura do país. Fortes chuvas de monção reduziram em 27% a estimativa da produção local de arroz e em 16% a de algodão, segundo o governo. Vastas áreas ficaram submersas, com quatro distritos na província de Sindh destruídos, 200 mil pessoas prejudicadas e pelos 1.500 mortos.
A safra de arroz deve cair 1,6 milhão de toneladas, para 4,35 milhões de toneladas, conforme mais de 25% das lavouras foram arruinadas. O Paquistão não é um grande produtor e nem grande consumidor de arroz. Para a safra 2010/2011, a estimativa anterior aos desastres climáticos era de uma produção de arroz (base beneficiado) de 6,5 milhões de toneladas e de um consumo interno de 3,0 milhões de toneladas.
No entanto, o país é o terceiro maior exportador mundial de arroz, com exportações de 3,7 milhões de toneladas beneficiadas no ano-safra 2009/2010 e projeções que apontavam para vendas externas de 3,6 milhões de toneladas beneficiadas em 2010/2011. O país fica atrás apenas da Tailândia, maior exportador mundial de arroz, com exportações projetadas em 2010/2011 em 10,0 milhões de toneladas beneficiadas e do Vietnã, que deve embarcar 5,8 milhões de toneladas beneficiadas no ano-safra 2010/2011. Por isso, uma quebra no Paquistão tem desdobramentos na região e no mundo, pois vai elevar a demanda exportadora dos demais asiáticos, especialmente Tailândia e Vietnã.
As enchentes afetaram também 18% da área dedicada ao plantio de algodão, ou 59 mil acres, destruindo cerca de 2,25 milhões de fardos de 170 quilos cada. A produção da fibra recuará para 11,76 milhões de fardos, contra 14,0 milhões de fardos previstos pelo ministério no início da temporada, uma quebra de 16%. O cultivo de cana-de-açúcar também foi alvo das inundações, com 7,65 milhões de toneladas destruídas, o equivalente a 14% da safra doméstica.