Mundo alimentado

Em 2009, segundo as estima-tivas da FAO, a produção mundial deve aumentar para o nível histórico de 683 milhões de toneladas de arroz em casca (456 milhões de toneladas de arroz branco), uma alta de 3,5% sobre o ano anterior. Segundo o analista internacional Patrício Méndez del Villar, do Cirad francês, em seu relatório mensal InfoArroz, esta é a taxa de crescimento mais alta desde 2005.

Ainda segundo del Villar, o salto dos preços mundiais em 2008 e as medidas de incentivo governamentais tiveram um impacto positivo sobre o crescimento das áreas arrozeiras, que expandiram 2,2% para 159 milhões de hectares. “O rendimento médio subiu 1,3% e chega a 4,3 toneladas por hectare, apesar do elevado custo energético e dos insumos”, frisa o analista.

COMÉRCIO – O relatório indica que o comércio mundial deve aumentar para 31 milhões de toneladas depois da queda de 5% em 2008. “As incerte-zas que pesam sobre a economia mundial e a falta de confiança na situa-ção financeira dos potenciais compra-dores tendem a reativar os contratos públicos de governo para governo, muito comuns na Ásia”, acrescenta.
Os estoques mundiais foram revisados para 118 milhões de toneladas no final de 2009 contra 109 milhões de toneladas em 2008, aumento de 6%. “Essas reservas representam 25,8% das necessidades mundiais contra 24,4% em 2008”, destaca del Villar.

PREÇOS – Em março, no mais recente levantamento divulgado antes do fechamento da revista Planeta Arroz 30, os preços mundiais baixaram mais uma vez. Segundo Patrício Méndez del Villar, isso ocorreu devido ao aumento da produção mundial e dos excedentes exportáveis nos principais exportadores do mundo: Tailândia, Vietnã e Paquistão. “Somente a Índia manteve restrições para exportar. Mas essas restrições devem ser suspensas, o que pode provocar novas quedas nos preços mundiais”, avisa. Em março o índice Osiriz/InfoArroz (IPO) caiu 3,4 pontos para 232,0 pontos (base 100 = janeiro 2000) contra 235,4 pontos em fevereiro. No início de abril o índice marcava 230,5 pontos.