Potencial nordestino para Indicação Geográfica entra em debate na Paraíba

Mapa apoia seminário internacional que vai discutir potenciais da região, como o arroz vermelho do Vale do Piancó.

O potencial do Nordeste para a promoção do registro de Indicação Geográfica (IG) em produtos tradicionais da região será debatido, até quarta-feira, 22 de setembro, em João Pessoa (PB), no Seminário Internacional de Indicação Geográfica: Produtos de Origem como Estratégia de Desenvolvimento. O evento tem o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a abertura oficial acontece nesta segunda-feira, 20, às 17 horas, no Auditório do Sebrae.

Na programação, palestras e mesas-redondas abordarão a IG nas distintas regiões do País, seu lugar nas políticas e estratégias territoriais e na construção de mercados. A Indicação Geográfica é uma marca de qualidade, que garante maior segurança e confiança aos consumidores, com compromisso de um produto diferenciado. Os produtos agropecuários que obtêm esse registro apresentam características exclusivas em decorrência do seu local de origem.

O projeto para o arroz vermelho do Vale do Piancó é um exemplo que será apresentado pelo Ministério da Agricultura no seminário. Governo e setor produtivo firmaram convênio com ações para proporcionar o reconhecimento do produto. O cereal é cultivado por pequenos agricultores em 19 municípios do semiárido paraibano. Base da alimentação do sertanejo daquela região, o produto possui maior quantidade de ferro e manganês que outras variedades de arroz.

O chefe do Serviço de Suporte Agropecuário da Superintendência Federal de Agricultura na Paraíba (SFA/PB), Manoel Mota, acredita que esse arroz vermelho tem boas chances de conseguir a IG, com base na indicação de procedência – características exclusivas ligadas à região onde é produzida, como o teor nutricional – e também por todo o contexto histórico que o envolve. “É um produto com mais de 200 anos de história. Foi o primeiro arroz a entrar no Brasil, trazido pelos portugueses. É um símbolo de resistência, pois seu consumo chegou a ser proibido por decreto durante 120 anos”, explica. O Vale do Piancó é considerado como o “refúgio do arroz vermelho no Brasil” e abriga a maior produção do País.

Além do arroz do Vale do Piancó, outros três produtos do estado são o foco do Fórum de Indicação Geográfica da Paraíba, coordenado pelo Mapa e pelo Instituto Nacional do Semi-Árido (Insa) e composto por nove instituições privadas e de pesquisa. São eles o coco de Sousa, o citros da Borborema e o abacaxi da Paraíba.

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