Produção e mercado em alta, mas o preço…

 Produção e mercado em alta, mas o preço…

Méndez del Villar: comércio mais ativo

Mercado internacional de arroz acusa o golpe do aumento produtivo.

As estimativas de uma produção mundial 3,6% maior e de um mercado ampliado em 5% estão apresentando seus efeitos negativos nos preços médios internacionais. É a velha e conhecida lei da oferta e da procura mostrando seus fundamentos. A FAO, em seu levantamento sistemático, apontou uma colheita mundial de 707 milhões de toneladas de arroz em casca – ou 472 milhões de toneladas de arroz beneficiado – em 2010, contra 682 milhões de toneladas em 2009, principalmente pela recuperação produtiva da Índia, que enfrentou severas restrições climáticas no ano passado.

Avaliando os indicadores da FAO, o analista de mercado internacional Patrício Méndez del Villar, do Cirad, da França, explica que nos demais países do mundo a expectativa de produção está se confirmando favorável graças ao clima. Preços mais altos nos três últimos anos e medidas governamentais de incentivo, principalmente na Ásia, que produz e consome 90% do arroz mundial, contribuem para esse processo de ampliação produtiva.

Também em razão disso, a FAO estimou em junho que o comércio mundial poderá aumentar 5%, de 29,7 milhões de toneladas para 31,3 milhões. “Essa alta leva em conta o crescimento da demanda de alguns países importadores e preços de importação mais atrativos”, afirma del Villar. Do lado exportador a oferta se mantém abundante, apesar das restrições de exportação ainda vigentes na Índia, as quais começam a se tornar mais flexíveis em razão da recuperação dos estoques internos daquele país.

ESTOQUES
Nesse cenário internacional, enquanto os estoques mundiais terminados em 2009 aumentaram 5%, para 124,5 milhões de toneladas, contra 110,5 milhões em 2008, os preços internacionais, principalmente pela pressão exportadora de Vietnã e Tailândia e a boa colheita dos Estados Unidos, vêm apresentando queda. Estas reservas representam 28% das necessidades mundiais. Em 2010 os estoques devem crescer mais 0,6%, dessa vez para 125,3 milhões de toneladas.

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