Retomada no Mato Grosso

 Retomada no Mato Grosso

Lorga: tratamento diferenciado

Setor espera 2009 tão bom quanto foi o ano passado

“A má distribuição territorial de uma cultura da im-portância do arroz é um problema de segurança alimentar. Para assegurar um abastecimento socialmente justo o ideal é uma melhor distribuição entre os estados. O Mato Grosso busca dar sua contribuição, mas a política de preços mínimos não dá segurança ao produtor. O recado que entendemos é que o Governo acha que não se deve plantar arroz no estado”.
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O Mato Grosso recupera nesta safra o posto de terceiro maior produtor de arroz do Brasil graças aos preços praticados em 2008. A média foi de R$ 38,00 ante os R$ 28,00 de 2007 para a saca de 60 quilos, ou 35,7%. Somaram as tecnologias de cultivo para áreas velhas, pastagens degradadas e as novas cultivares, como Cambará, e os híbridos. A área plantada aumentou 10,4%, de 239,8 mil hectares para 264,7 mil hectares. A produtividade média será elevada para 2.949 quilos por hectare, ou 3,5% sobre o ciclo passado. 

O resultado é a produção total de 780,6 mil toneladas do grão, 14% maior do que em 2007/2008, segundo a Conab. A valorização também reflete a redução dos estoques públicos. O assessor do Sindarroz-MT, Marco Lorga, vê o aumento de produção ligado à boa relação e amadurecimento da cadeia produtiva, que dá segurança ao produtor na hora de plantar. “Nossa produção recuou em razão da política restritiva à abertura de áreas, que estava associada à cultura do arroz. Perdemos indústrias, mercados, mas o setor encontrou soluções, como variedades de alta qualidade e capazes de recuperar terras degradadas com seu sistema de manejo. Em 2008 encontramos o equilíbrio e podemos dizer que estamos bem, obrigado”. 

Segundo Lorga, preocupa a cadeia produtiva o fato do Governo Federal estabelecer preços mínimos ao arroz e discriminar o produtor do Mato Grosso, alegando que o grão tropical é para abertura de áreas e por isso deve ser desestimulado através de preço. “É um equívoco. Essa política diferencia o mato-grossense dos demais produtores do Centro-oeste, com mesmos custos e ciclos de produção e biossistema”, afirma.

NOVA ERA Segundo Lorga, na atual safra toda a produção é de terras que não exigiram derrubada de mata. “Ao mesmo tempo que cria estímulos e financiamentos para recuperar áreas degradadas, o Governo exclui o mato-grossense da política de preços mínimos. Com tratamento isonômico, sem desembolsar um centavo para comprar arroz, o Governo teria estimulado um aumento produtivo de 5% a 8%, acima dos 14%, já registrado”, destaca. Ele crê em solução para este impasse para a próxima safra. Para Marco Lorga, o Mato Grosso se manterá entre os três maiores produtores brasileiros no futuro e deve crescer em média 10% por safra nos próximos anos, garantindo o equilíbrio de preços, mercado e produção.

FIQUE DE OLHO 
Marco Lorga, assessor do Sindarroz-MT, afirma que as pesquisas para o arroz tropical estão muito avançadas e pouco divulgadas pelo Mapa. “A Embrapa tem surpreendido com a sua agilidade em apresentar soluções para o cenário do arroz em terras altas. Um exemplo é a tecnologia para o consórcio lavoura-pecuária, no qual as áreas degradadas pela pastagem são recuperadas com o cultivo do arroz”.

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