Produtividade segundo o CFC
Medidas simples podem aumentar a produção gaúcha.
A diferença entre o potencial produtivo das cultivares disponíveis e o efetivo resultado obtido nas lavouras de arroz do Rio Grande do Sul consiste na principal causa da perda de competitividade do estado e do ingresso de produto de outros países. Esta conclusão faz parte dos diagnósticos de estudos desenvolvidos pelo Instituto Rio-grandense do Arroz, Embrapa, a FAO e o Fundo Latino-americano de Arroz Irrigado (Flar) para identificar a causa da estagnação produtiva das lavouras gaúchas nos últimos anos. “A baixa produtividade é o principal limitante para a competitividade gaúcha”, destaca o consultor do Flar, Luciano Carmona, que trabalha com o agrônomo Edward Pulver.
Um estudo demonstrou que a média de crescimento produtivo do Rio Grande do Sul, em mais de uma década, era de 25 quilos/safra, indicando que neste passo, os gaúchos levariam 40 anos para aumentar a produtividade em uma tonelada. A causa da baixa produtividade, segundo esses estudos, é a deficiente transferência de tecnologias.
Um projeto da FAO, com recursos do Fundo Comum de Commodities (CFC, sigla em inglês) e colaboração técnica do Flar, é uma das grandes esperanças de impulsionar a produtividade gaúcha. O chamado Projeto CFC trabalha com metodologia de difusão produtor x produtor e define lavouras experimentais dentro de regiões específicas com o objetivo de difundir as técnicas para grupos de até 30 arrozeiros.
Na safra 2003/2004, o projeto CFC envolveu mais de 800 produtores em 15 grupos. Mais de 120 parcelas demonstrativas, com 10 a 20 hectares, foram formadas nas lavouras comerciais dos líderes regionais do projeto, permitindo a visualização das tecnologias implantadas. “Simulamos diversas práticas de manejo com a meta de apresentar aos produtores os excepcionais resultados em produtividade que medidas simples podem oferecer se adotadas no momento correto”, explica Carmona. Na primeira safra do projeto (2003/2004), os resultados foram significativos, com reflexo nas lavouras comerciais da zona de influência. Para a próxima safra, a expectativa é de multiplicar por seis o número de grupos.
Questão básica
As principais tecnologias de alta produtividade propostas pelo CFC são observância de época e densidade de semeadura, uso de sementes tratadas, nutrição adequada para altos rendimentos, controle de plantas daninhas na hora certa e manejo de irrigação.