Como o gaúcho gosta

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Sol e água abundante: garantia de alta produção para a lavoura rio-grandense

Clima favorável e barragens cheias garantirão uma das melhores safras do RS.

A perspectiva de um clima favorável no ciclo da cultura, logo após um inverno com bons volumes de chuvas e que garantiu barragens cheias para comportar o período de irrigação das lavouras, faz prever uma das melhores safras de arroz de todos os tempos no Rio Grande do Sul no ciclo 2010/11. A conjuntura só não é melhor porque os preços do arroz estiveram baixos durante todo o ano, ultrapassando negativamente os preços mínimos de garantia (R$ 25,80) em pelo menos duas oportunidades e pelas dificuldades de crédito dos arrozeiros que tiveram perdas em 2009/10 e aqueles que rolaram dívidas. 

Diante deste cenário, cerca de 15 mil produtores gaúchos cultivarão uma área estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) entre 1,101 milhão de hectares e 1,122 milhão de hectares, o que representa um acréscimo de 2% a 4% sobre 1,079 milhão de hectares plantados em 2009/10, segundo a mesma fonte. Ainda de acordo com a projeção de safra da Conab, a produção de arroz no Rio Grande do Sul, disparado na frente o principal produtor brasileiro, alcançará entre 7,691 milhões de toneladas e 7,842 milhões de toneladas.
O aumento produtivo será de 11,2% a 13,3%. Além do acréscimo em área, a produtividade deve aumentar. 

Vale lembrar que na safra 2009/10 o impacto de enchentes provocadas pelo excesso de chuvas em novembro e dezembro de 2009 gerou uma perda da produção total e parcial numa área de 33 mil hectares. 

Com o uso de tecnologia de ponta, a lavoura gaúcha deve ter uma alta de 9% no rendimento médio por área, alcançando 6.985 quilos por hectare, o segundo maior do Brasil, atrás apenas de Santa Catarina, que deve colher 7.050 quilos por hectare.
O presidente da Federarroz, Renato Rocha, acredita que os números da Conab podem estar superestimados. 

“O que notamos, no momento, é que, apesar de uma tendência de clima favorável, o produtor tem muitas dificuldades de acessar recursos para financiar a lavoura. Isso pode afetar o nível da tecnologia empregada, além do desestímulo pelas baixas cotações do grão no mercado e da ausência de mecanismos de comercialização do governo até outubro para ao menos assegurar o preço mínimo ao arrozeiro”, revela.

Perspectiva
Para o presidente do Irga, Maurício Fischer, as condições agronômicas da safra 2010/2011 são muito boas, levando em conta o excelente nível de reserva de água para a irrigação, o preparo antecipado do solo, o clima – até o momento – muito favorável e a semeadura de aproximadamente 70% da área plantada até o dia 26 de outubro. “O ideal é que 100% da área seja semeada até 10, no máximo, 15 de novembro”, revelou. Segundo ele, o desempenho de plantio foi o melhor já visto no Rio Grande do Sul, o que deverá interferir positivamente nos resultados, principalmente se o clima continuar se comportando favoravelmente à cultura.

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