Arroz integrado

 Arroz integrado

Orizicultura e pecuária podem conviver. Com lucros
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Os benefícios da integração da lavoura e pecuária ainda estão sendo pesquisados, mas tudo indica que essa prática será o alicerce da sustentabilidade da agropecuária na região do cerrado num futuro bem próximo. O pesquisador Tarcísio Cobocci, da Embrapa Arroz e Feijão, observa que a exploração de cultivos anuais, com intensa mecanização, tem causado a degradação das propriedades físicas do solo, além de possibilitar o aumento significativo de pragas e doenças nos cultivos. Mas isso pode mudar.

Em área experimental do projeto Integração Lavoura e Pecuária da Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás (GO), 100 hectares estão divididos em seis parcelas em rotação de lavouras e pastagem para pecuária. Em cada parcela, dois anos e meio de lavoura e o mesmo tempo de pastagem. No verão, metade da área experimental é ocupada por gramíneas forrageiras e a outra metade com lavouras. Na seca (inverno), reina a pecuária. Os resultados econômicos na safra 2003/2004 foram otimistas.

A cultura do arroz apresentou os melhores rendimentos na área experimental de integração lavoura e pecuária, com retorno de 118% sobre o valor investido. Em 16,6 hectares cultivados com arroz, foram aplicados R$ 1,1 mil por hectare e a receita líquida média chegou a R$ 1,3 mil por hectare. Na pecuária, estão incluídos os custos dos bezerros, e por isso nesse ponto o investimento fica bem acima do das lavouras. Os bezerros entraram no campo com idade entre oito e nove meses, atingindo uma receita líquida de R$ 550,00 por hectare em um ano, um retorno de 30% do valor investido. 

Questão básica 

As pastagens exaurem nutrientes residuais da lavoura, mas reciclam outros de camadas profundas pela ação de suas raízes. Pesquisas mostram que pastagens semeadas em seq¸ência à soja melhoram a estrutura dos solos, superando até a vegetação natural. Outro mérito do sistema é a redução do risco. “O produtor não fica sujeito só a uma fonte de renda e eleva a rentabilidade da pecuária, pois há comida para o boi, mesmo na seca”, diz Cobocci. 

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