Chegando perto, muito perto
Mesmo com El Niño, o Projeto 10 produz até 4,2 toneladas acima da média
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O encerramento da colheita do arroz no município de Dom Pedrito, na região da fronteira do Rio Grande do Sul, trouxe a certeza de que as lavouras que entraram no programa de alta tecnologia denominado Projeto 10, numa parceria da Associação de Arrozeiros e o Irga, estão no rumo certo para alcançar a produtividade projetada de 10 toneladas por hectare. “Se não fosse o El Niño, com certeza boa parte destas lavouras alcançaria as 10 toneladas”, garante o gerente regional do Irga em Dom Pedrito, Eloy Cordeiro. A posição é atestada pelo agrônomo Valmir Menezes, que desenvolveu a base técnica do projeto, reunindo as diversas tecnologias desenvolvidas pelo instituto e disponibilizando-a, na forma de um método ajustável, de acordo com a demanda de cada lavoura.
O sistema gerou uma produtividade média muito superior às demais lavouras pedritenses. Enquanto a média no município ficava em 5.028 quilos por hectare na última semana de abril, nas lavouras do Projeto 10, que variam de 10 a 20 hectares, a produtividade mínima era de 7,7 mil quilos (53,1% a mais) e a lavoura que mais produziu chegou a 9.240 quilos/hectare, ou 83,8% acima da média. Num ano em que a produtividade do Rio Grande do Sul deve ficar abaixo dos cinco mil quilos por hectare e as lavouras sofreram muito com o atraso do plantio, as chuvas e o frio em período crítico, a diferença nas áreas do Projeto 10 para a média de Dom Pedrito variou de 2.672 quilos a 4.212 quilos, segundo resultado parcial até 27 de abril.
Para a próxima safra, com expectativa de clima normal, crescem muito as possibilidades de algumas das lavouras do projeto alcançarem a meta de 10 toneladas de produção por hectare. O Projeto 10, desenvolvido em parceria do Instituto Rio-grandense do Arroz e a Associação de Arrozeiros de Dom Pedrito, tem por principal objetivo alcançar altos índices de produtividade e, por conseqüência, a rentabilidade que este sistema produtivo persegue há décadas.
Diferenciais de produtividade
1. Qualidade de semente
2. Bom preparo de solo
3. Plantio na melhor época
4. Densidade de semeadura de até 150 quilos por hectare em cultivo mínimo ou plantio direto
5. Controle precoce dos inços
6. Aplicação de nitrogênio no seco, como novidade, já usado nos EUA, Austrália e Filipinas, utilizando até 70% da uréia no seco e o restante na época mais apropriada de acordo com a avaliação do desenvolvimento da cultura, e não mais 45 dias após a germinação.
7. Início da irrigação precoce, 18 dias após a emergência ou até três dias após aplicação da uréia
8. Adubação de base com maior valor ao potássio em dosagem de 30% a 50% maior do que a recomendada pela análise do solo
9. Rigoroso controle da ocorrência de pragas e doenças.