Bactéria para as terras altas
Os pesquisadores buscam novas alternativas de fixação de nitrogênio para a cultura.
Os pesquisadores da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer/MT) aproveitaram a safra 2010/2011 para desenvolver um experimento inédito para a cultura do arroz no estado. Eles utilizam a bactéria Azospirillum, que fixa no solo o nitrogênio do ar e repassa para o arroz, cultura importante em algumas regiões do Mato Grosso. A bactéria, segundo a doutora em Fertilidade do Solo da Empaer, Maria Luiza Perez Villar, trará economia no custo de produção e ganho ambiental.
No atual sistema de produção de arroz de terras altas do Mato Grosso em média é necessário o investimento para aplicação de 500 quilos de sulfato de amônio e 250 quilos de ureia por hectare, com um custo superior a R$ 1 mil. Sem contar o custo das operações de aplicação, transporte e mão-de-obra e tempo envolvidos.
O ganho ambiental, segundo Maria Luiza Perez Villar, está no fato de que o uso da bactéria evita a aplicação de adubo nitrogenado e, portanto, a contaminação do solo, lençóis freáticos e mananciais por nitrato.
O funcionamento do sistema se dá quando a bactéria penetra na raiz da planta de arroz (o que se aplica a outras gramíneas). O uso do inoculante reduz em até 50% o uso de fertilizantes. E a bactéria se multiplica bem quando a fonte de nitrogênio é o carbono, pois produz fito-hormônios que alteram o metabolismo da planta, aumentando a absorção de água e minerais. O sistema é utilizado com sucesso na soja.
O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) com investimento de R$ 300 mil, com duração de três anos. O trabalho conta com a parceria do Centro Nacional de Recursos Genéticos (Cenargen) da Embrapa. A expectativa é de que novos materiais sejam lançados para uso na safra 2011/2012.