Termelétrica de São Borja inicia as operações comerciais
Diferencial do complexo será o uso de casca de arroz como combustível.
A termelétrica São Borja recebeu da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a autorização para iniciar sua operação comercial. O presidente da Agência de Desenvolvimento do município, José Francisco Rangel, informa que o complexo já começou seus testes operacionais e a inauguração oficial deve acontecer em fevereiro. A presidente da República, Dilma Rousseff, será convidada para a solenidade.
Um diferencial da usina é o seu combustível: a casca de arroz. Rangel destaca que a estrutura é ambientalmente correta, pois ajuda a resolver o problema da destinação desse resíduo. A termelétrica tem capacidade para produzir até 12,3 MW, o equivalente ao abastecimento de uma cidade de cerca de 70 mil habitantes. Serão necessárias em torno de 100 mil toneladas ao ano de casca de arroz para atender à demanda da usina.
A realização do empreendimento absorveu um investimento de aproximadamente R$ 55 milhões. A empresa responsável pela térmica é a MPC Bioenergia do Brasil Participações e Serviços, que pertence ao Grupo MPC Münchmeyer Petersen Real Estate Consulting GmbH, com matriz em Hamburgo, Alemanha. A térmica ainda gerará um subproduto que serão as cinzas da casca de arroz, em um volume estimado em 20 mil toneladas ao ano. Esse material poderá ser aproveitado por cimenteiras, indústrias de borracha e de fertilizantes.
Rangel adianta que a MPC Bioenergia estuda implantar termelétricas semelhantes à de São Borja nos municípios de Itaqui e Pelotas. Havendo garantia de fornecimento de casca de arroz, os projetos devem ser iniciados, respectivamente, em 2012 e 2013. O dirigente acrescenta que, além da geração de energia, a Agência de Desenvolvimento de São Borja pretende promover outras oportunidades para a cadeia arrozeira. A meta é elaborar um estudo técnico-econômico quanto à possibilidade da produção de etanol a partir do arroz no Rio Grande do Sul. Ele salienta que o álcool de cereal tem um maior valor agregado, podendo ser usado pela indústria farmacêutica, de bebidas, entre outros segmentos.