Nota sobre a alteração da data final de semeadura do Zoneamento Agrícola do Arroz Irrigado no RS

As chuvas ocorridas em outubro e, principalmente em novembro, situaram-se acima da média histórica (normal) nas principais regiões orizícolas do Estado.

Estudos de épocas de semeadura, conduzidos pela Embrapa Clima Temperado (CPACT) e pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), indicam que existe um período ideal de semeadura e que, se as datas limites forem ultrapassadas, aumentam as chances de ocorrência de decréscimos de produtividade. Entretanto, os níveis de queda de produtividade irão depender das condições meteorológicas predominantes nas principais regiões produtoras e das fases de desenvolvimento das cultivares.

Para Silvio Steinmetz, da Agrometeorologia da Embrapa Clima Temperado, a prorrogação dá novo fôlego para os produtores que não tiveram tempo de fazer a semeadura. Ele recomenda que eles a terminem o mais breve possível e tenham em mente que devido ao atraso, há um eminente decréscimo de produtividade.

No Rio Grande do Sul, um problema que afeta a implantação das lavouras de arroz irrigado é a ocorrência de chuvas durante o período da primavera e, especialmente nos meses de outubro e novembro, pois é nesse período que se concentra a maior parte da semeadura.

Em função do exposto, e considerando:
1. que os produtores de arroz irrigado do RS, por intermédio da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul – FEDERARROZ, conjuntamente com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul – Farsul e com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul – Fetag/RS solicitam, em caráter excepcional, que na safra 2013/2014, a prorrogação da semeadura até 20 de dezembro (decêndio 35);

2. que as chuvas ocorridas em outubro (em algumas áreas) e, principalmente em novembro/2013, como indicam as figuras 1 e 2 (Anexos), situaram-se acima da média histórica (Normal) nas principais regiões orizícolas do Estado. Em algumas áreas, embora as chuvas não tenham ultrapassado a normal, elas foram frequentes o suficiente para atrapalhar o preparo da área e a semeadura;

3. que esse regime de chuvas fez com que houvesse atraso na preparação da área e, consequentemente, na semeadura. A figura 3 (Anexos) indica que a semeadura está atrasada em relação às três safras anteriores, principalmente após 08/Nov, tendo atingido até 29/Nov cerca de 87,2% da área semeada no Estado. As regiões orizícolas em que a semeadura está mais atrasada são a Depressão Central (79,6%), a Planície Costeira Externa (81,5%) e a Campanha (82,5%), estando mais adiantada na Fronteira Oeste (93,8%), na Zona Sul (90,3%) e na Planície Costeira Interna (87,3%), conforme levantamento do IRGA realizado em 28 de novembro de 2013;

4. que em algumas áreas, embora a semeadura tenha sido feita na época recomendada, está havendo a necessidade de efetuar uma nova semeadura pelo fato das áreas terem sido alagadas, não permitindo o estabelecimento da lavoura. Estima-se uma área de 8.000 ha com necessidade de ressemeadura de arroz no RS, principalmente nas Regiões da Depressão Central (4.325 ha) e Fronteira Oeste (2.500 ha);

5. que atrasos na semeadura causam decréscimos de produtividade diferenciados, de acordo com o ciclo das cultivares, sendo maiores e menores, respectivamente, nas do grupo IV (tardio) e nas do grupo I (muito precoce);

Com base no exposto acima solicita-se a prorrogação da data final de semeadura da seguinte forma:
– até 20/12 (decêndio 35) para as cultivares dos grupos I (muito precoce) e II (precoce)
Para o caso das cultivares do grupo IV (tardio) não alterar a data limite prevista na Portaria nº 22/2013.

Embrapa Clima Temperado
Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA)

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