Queda de braço

 Queda de braço

Cogo: ainda mais barato do que em 2003

O consultor Carlos Cogo alerta para a intensa queda de braço que se estabeleceu entre a indústria e o varejo a partir do final de outubro. Em quase todas as capitais o arroz apareceu como um dos itens que ficaram mais caros na cesta básica pesquisada mensalmente. Isso porque a recuperação dos preços registrada em agosto, setembro e outubro começou a ser repassada em cadeia até o consumidor.

Todavia, nas gôndolas dos supermercados os valores são inferiores ainda às taxas aplicadas na valorização da matéria-prima. Ainda assim o arroz surge novamente como um “vilão da inflação” na imprensa.

De um lado a indústria depara-se com uma oferta menor de produto e a valores mais altos, de outro tem dificuldades de repassar esses custos ao varejo, que por sua vez percebe queda real nas vendas no acumulado de 2015, um consumidor contraído e sufocado pela inflação e uma grande variabilidade de preços do arroz no varejo.

O quilo do tipo 1 do arroz branco, dependendo do supermercado e da região, oscila entre R$ 2,15 e R$ 2,79. Com valores reais deflacionados pelo IGP-DI de agosto/2015, o preço médio atual do arroz no varejo (tipo 1, branco, São Paulo) é de R$ 2,49 o quilo. Em setembro do ano passado o valor deflacionado era de R$ 2,62 o quilo.

Há dois anos, em setembro de 2013, esse valor era de R$ 2,48 o quilo – quase o mesmo praticado atualmente. Voltando ainda mais no tempo, em setembro de 2003, ou seja, 12 anos atrás, o preço era de R$ 4,07 o quilo (valor também deflacionado pelo IGP-DI agosto/2015).

Portanto, o valor atual de R$ 2,49 o quilo, em termos reais, está 38,8% mais barato ao consumidor do que o praticado há mais de uma década. Isso, segundo Cogo, desmistifica essa “lenda” de que o arroz é um vilão da inflação.

QUESTÃO BÁSICA
Perguntamos ao analista da Conab, Sérgio Roberto dos Santos Júnior, se há alguma expectativa do governo federal a respeito da liberação dos créditos de pré-custeio para a próxima temporada de comercialização do arroz. A resposta foi: “Não existe falta de recursos para os créditos de pré-custeio estabelecidos no Plano Safra, o que ocorre é uma alteração nos parâmetros no mercado de crédito.

Em virtude da alta nas taxas de juros e do aumento do risco (aumento da taxa de inadimplência) tomado por parte dos bancos no mercado de crédito houve uma alteração nas exigências. Logo, as garantias exigidas por parte dos agentes financiadores aumentaram e dificultaram o acesso do crédito por parte dos agricultores”.

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