Arroz que ensina: projeto vai doar duas toneladas
O ‘Dia de Campo’ reuniu crianças e jovens numa área de plantio da Esalq.
Cerca de 80 crianças e jovens assistidos por 11 entidades sociais de Piracicaba participaram, na última semana, de atividades práticas e lúdicas ligadas ao cultivo do arroz numa área de plantio da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). Foi o chamado "Dia de Campo", que é uma das etapas da quarta edição do SolidarESA, o projeto técnico-social desenvolvido anualmente pela Casa do Produtor Rural (CPRural), da Esalq.
O objetivo do SolidarESA é a capacitação de produtores rurais e a realização de ações sociais do município. Em 2017, o tema o SolidarESA é o arroz. Ao final dele, em julho, cerca de duas toneladas de arroz agulhinha serão doadas a 11 entidades sociais do município. O projeto é composto por quatro etapas, explica Marcela Matavelli, coordenadora da CPRural. "O plantio, um evento técnico, que é voltado para os produtores rurais, o dia de visita ao campo (aos assistidos pelo projeto) e, finalmente, a doação às instituições", diz.
As crianças/jovens das instituições beneficiadas foram para a roça para conhecer o donativo que receberão, saber sobre o desenvolvimento da planta, como é feita a colheita, sobre a importância do alimento, os diferentes tipos de arroz, a necessidade de se respeitar a natureza e para participar de experimentos que demonstram a versatilidade do arroz. "E também conhecem curiosidades sobre o arroz, de forma didática, por meio de teatro, brincadeiras e ações lúdicas", comenta a coordenadora.
"Entre outras ações, as crianças recebem uma breve aula teórica e, em seguida, aprendem a fazer o plantio do arroz, na prática. Também brincam com um jogo da memória, fazem experimentos e conhecem os produtos (o principal é o grão de arroz) e os subprodutos do beneficiamento como a casca e o farelo de arroz, que são utilizados como substrato e ração animal", explica Guilherme Felisberto, 26 anos de idade, doutorando em Fitotecnia (produção vegetal). Os visitantes ainda beliscam quitutes à base do cereal, bolinhos e o arroz doce.
"Eu não sabia que existiam vários tipos de arroz, este é a terceiro ano que venho aqui (projeto)", diz Manuela Ramos Moraes, 12 anos, aluna da Associação de Pais e Amigos de Surdos de Piracicaba (Apaspi). Já Rodrigo Henrique da Silva Soares, 13 anos, garoto assistido pelo Lar Franciscano de Menores, gostou de aprender que "com o arroz dá para fazer cerveja, vinagre e outras coisas".
Juliana Zulini, coordenadora pedagógica da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), disse que um dos benefícios do projeto "é tirar os alunos de casa e da sala de aula e promover a integração com pessoas de outras entidades".
A gestão da distribuição do donativo é feita pelo Rotary Club Piracicaba. Ilário Correr, 74 anos de idade, secretário da instituição, observa que "a missão dos cerca de 1,2 milhão de rotarianos pelo planeta é prestar serviços voluntários e ajudar a promover a paz mundial". "O SolidarEsa é um projeto de excelência que ajuda as entidades a economizar no seu orçamento. E neste ano, elas aprendem como é que se produz o arroz", afirma Correr.