Nova dimensão
Safra brasileira vai cair
em produtividade e área
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A safra brasileira de arroz 2017/18, que está em plantio, será marcada pela diminuição no tamanho da área, mas em especial por queda na produtividade média obtida em todas as regiões. Por isso, a produção nacional deve ser menor entre 3,8% e 4,7%, consolidando uma safra entre 11,75 milhões de toneladas e 11,85 milhões de toneladas.
A estimativa é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na temporada 2016/17 foram colhidas 12,327 milhões de toneladas, volume expressivo para um país que consome 11,5 milhões de toneladas e ainda recebe mais de 1 milhão de toneladas do Mercosul, sem contar os estoques públicos e privados.
Segundo a Conab, a área semeada na temporada 2017/18 tem limite mínimo de 1,955 milhão de hectares e máximo de 1,986 milhão de hectares, diante de 1,980 milhão semeado na safra 2016/17. A produtividade é estimada em 5.989 quilos por hectare, inferior em 3,8% aos 6.223 quilos por hectare obtidos no ciclo anterior.
O primeiro levantamento, divulgado em outubro pela companhia, deve sofrer ajustes mensais. O setor considerou os números “otimistas” diante do atual quadro conjuntural de preços e custos e dificuldades de acesso ao crédito e de exportar.
Em termos regionais há poucas alterações na configuração da safra nacional. A Região Sul concentrará novamente 80% da produção. Nos menos de 20% restantes, destaque para o terceiro maior produtor brasileiro, o Tocantins.
A Região Norte é a segunda em importância no abastecimento de arroz no país e cultivará 271,1 mil hectares, a depender de variáveis como a capacidade financeira dos agricultores.
O Nordeste mais uma vez reduzirá a cultura de sequeiro e a produção total deve cair em 15,7%, até 368 mil toneladas no ciclo 2017/18. Com alternativas mais rentáveis, o Sudeste deve colher 54,5 mil toneladas de arroz, em queda.
A Centro-Oeste é terceira maior região de arroz no país graças ao Mato Grosso e à tecnologia de cultivo de terras altas e arroz irrigado na safrinha. Mas reduzirá o plantio para ocupar espaço com soja e milho de segunda safra. Baixa liquidez, mercado restrito e alta nos custos da produção atrapalham a orizicultura local. A produtividade deve cair 3,2%, para 3.553 quilos, e a colheita máxima será de 701,4 mil toneladas, com queda prevista de 4,2%.