Respeito aos limites

O respeito é bom e os arrozeiros gaúchos e catarinenses exigem
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 Quando o Mercosul foi criado, em 1991, há quase 30 anos, acreditava-se que o Brasil alcançaria um avanço significativo como exportador predominante no bloco econômico e que este seria alavancado para alcançar toda a América Latina. Algumas coisas deram certo, algumas, errado. O que ficou claro é que sem padronizar as bases da economia – feito a União Europeia –, a tributação e o livre comércio lançando mão das salvaguardas quando a igualdade não se impõe por fatores alheios à competitividade, o acordo comercial é apenas um conjunto de regras injustas. Na orizicultura é assim.

Para o setor arrozeiro, o tratado internacional se tornou apenas uma colcha de retalhos que já não faz sentido. Sem igualdade de condições para produzir, o Brasil tem o dobro do custo de um produtor paraguaio, mais de 30% do custo de um argentino e 20% acima do arrozeiro uruguaio, que produzem excedentes que chegam a 20 vezes o seu consumo interno. Estas circunstâncias, para os brasileiros, exigem uma revisão no acordo, o respeito aos limites de cada um e a organização do ingresso de arroz importado do Mercosul, inclusive com o uso de salvaguardas se for o caso.

A sinalização do governo federal de que já entendeu a questão e abre discussões para tratar do assunto, bem como o respaldo dado pelos governos dos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, fortalecem a discussão. Não há solução fácil, mas o respeito é bom e os arrozeiros gaúchos e catarinenses exigem.

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