Ajuste no fluxo
Com safras maiores,
importações devem
cair no mercado global
.
Em 2018, o comércio mundial caiu 0,6%, para 47,9 milhões de toneladas contra 48,1 milhões de toneladas em 2017, segundo dados da FAO. Ainda assim, o mercado esteve bastante ativo durante boa parte do ano graças à demanda do Sudeste Asiático, incluindo a Indonésia e as Filipinas. Por outro lado, a demanda de importação no sul da Ásia reduziu, especialmente em Bangladesh. No resto do mundo, as importações mantiveram-se estáveis graças ao melhor abastecimento interno de países compradores.
“Do lado da oferta, as exportações foram, em geral, satisfatórias, exceto na Índia, onde as vendas externas caíram 2,5% em relação ao recorde de 2017”, informa Patricio Méndez del Villar, economista do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), de Montpellier, na França. Em 2019, as primeiras projeções indicam nova queda no comércio mundial de arroz, em 2,7%, para 46,6 milhões de toneladas. Esta queda pode afetar principalmente a Índia, maior exportadora global.
Além do aumento das safras em países tradicionalmente importadores, a menor disponibilidade do Mercosul afeta o contingente de oferta. Afora isso, outros pequenos movimentos no mercado global geram retração, como, por exemplo, a criação de sobretaxas na Europa para as compras de alguns países asiáticos cuja comercialização vinha crescendo bastante naquele continente.