Falta de chuva pode provocar a perda de R$ 40,5 milhões na orizicultura catarinense
Perda corresponde a 10% do culltivado por quase 2,5 mil produtores de arroz do Sul catarinense, de acordo com a Epagri.
Até esta quinta-feira, dia 26, o mês de dezembro tem apresentado pouca chuva. O clima seco e quente, apesar de manter a maioria dos dias com tempo aberto, tem causado preocupações na agricultura do Sul de Santa Catarina. A falta de precipitação tem impactado negativamente na produção de diferentes culturas da região, mas, principalmente, no cultivo de arroz. A projeção da Epagri é de que as atuais condições climáticas acarretem em uma perda de R$ 40,5 milhões para os produtores do grão.
O montante corresponde a 10% de tudo que deve ser cultivado por quase 2,5 mil produtores de arroz do Sul catarinense, de acordo com o Engenheiro Agrônomo da Epagri e responsável pelo Projeto Arroz no Sul do Estado, Douglas George de Oliveira. “Esta estimativa é a que temos atualmente. A projeção é de que não haja uma chuva significativa até os primeiros dias de janeiro. Caso isso realmente ocorra, a tendência é aumentar essa perda”, falou o engenheiro.
Para que a situação retorne ao normal a única solução é torcer pela chegada da chuva. Segundo Oliveira, para que o prejuízo não aumente seria necessário uma precipitação entre 80 milímetros e 100 milímetros. “Esse montante distribuído em alguns dias seria interessante para que os produtores de arroz não sejam impactados tão fortemente”, apontou.
Sem água, uma produção menor
O engenheiro explica que a falta da chuva ocasiona a perda por conta do modo de produção do grão na região, que é por meio da irrigação de inundação. “A terra produtiva já está seca. E a água, além de contribuir para a porte da planta, carrega os nutrientes que ela precisa. Sem estar inundada, e ainda mais com o forte calor, a planta sofre estresse e compromete seu desenvolvimento”, disse. Oliveira reforça ainda que o ciclo de produção do grão está na fase reprodutiva. “É quando a planta define o tamanho da sua panícula, que é o cacho, e prejudica o tamanho do grão de arroz”, acrescentou.
Outro problema, relata o engenheiro agrônomo, é em relação ao surgimento de novas plantas nas lavouras. “São matos que se desenvolvem nas lavouras e ocupam espaço das plantas do arroz quando há a falta de água”, explicou. Mas não é só o arroz que vem sofrendo com o clima seco. “Mesmo que o prejuízo seja maior no arroz outros cultivos também são afetados, como maracujá, milho, fumo e alguns setores da pecuária, como a produção de leite, por exemplo, já que as pastagens são impactadas e crescem pouco”, pontuou.
Mesmo que não seja uma solução definitiva, porém capaz de diminuir prejuízos, Oliveira reforça a participação dos agricultores no Projeto Irrigar, do Governo de Santa Catarina. “Ele é um financiamento para a criação de locais para armazenar água nas propriedades, como açudes. O produtor paga o valor do financiamento e o governo o juros. É um benefício disponível e que os agricultores podem procurar os escritórios da Epagri para se ter acesso”, completou.