Dólar tem forte queda e fecha a R$ 5,15

Nesta terça-feira, a moeda norte-americana caiu 2,25%, vendida a R$ 5,1517.

O dólar fechou em forte queda nesta terça-feira (23), refletindo o clima otimista no exterior em meio a sinais de alívio nas relações entre Estados Unidos e China, enquanto os investidores locais reagiram à ata do Copom.

A moeda norte-americana caiu 2,25%, vendida a R$ 5,1517. Na mínima da sessão, chegou a R$ 5,1341. Veja mais cotações.

Na parcial do mês, o dólar tem queda de 3,46%. Em 2020, ainda acumula alta de 28,48%.

O Banco Central realizou neste pregão leilão de até 12 mil contratos de swap tradicional com vencimento em novembro de 2020 e fevereiro de 2021, para rolagem de contratos já existentes, destaca a Reuters.

Cenário externo

Segundo Flávio Serrano, economista-chefe do banco Haitong, o movimento desta terça-feira refletiu uma mudança em relação à aversão a risco vista no dia anterior, quando os investidores saíram de ativos de maior volatilidade, como ações e algumas moedas emergentes.

A pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI) divulgada nesta terça-feira mostrou que a contração histórica da economia da zona do euro diminuiu de novo este mês já que várias empresas que haviam sido forçadas a fechar as portas para conter a disseminação do coronavírus reabriram.

Já a Organização Mundial do Comércio (OMC) projetou nesta terça um tombo de 18,5% no comércio mundial no 2º trimestre, mas passou a avaliar que a retração no ano será menos grave do que o inicialmente esperado graças à "reação rápida dos governos".

Também colaborando para o sentimento, o assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, voltou atrás em suas declarações de que o pacto comercial entre EUA e China estaria "acabado", dizendo que seus comentários foram tirados do contexto, enquanto o presidente norte-americano, Donald Trump, garantiu que o acordo comercial entre os dois países permanece em vigor.

Cena doméstica

Na cena local, o Banco Central divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual avaliou que o espaço para novo corte na Selic é ‘incerto e deve ser pequeno’. No encontro, realizado na semana passada, a taxa básica de juros da economia brasileira foi reduzida em 0,75 ponto percentual, para 2,25% ao ano – nova mínima histórica.

O BC também destacou que o dados relativos ao segundo trimestre confirmam a perspectiva de "forte contração" do Produto Interno Bruto (PIB) no período e sugerem que a atividade atingiu o seu menor patamar em abril, com recuperação "apenas parcial" em maio e junho.

A redução da Selic a mínimas históricas é apontada por analistas como fator de impulso para o dólar, uma vez que torna rendimentos locais atrelados aos juros básicos menos atraentes. Outros aspectos que favorecem a busca por segurança são as incertezas políticas e econômicas no Brasil, que podem ser ainda mais agravadas caso haja uma segunda onda global de infecções por Covid-19.

"A tendência do nosso dólar comercial, no curto e no médio prazo, continua indefinida", disse Jefferson Rugik, da Correparti Corretora. "O risco de uma segunda onda do coronavirus se torna presente, e é ele o fator de definição de uma futura tendência."

Os investidores seguiram de olho também no noticiário político e desdobramentos da prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do filho do presidente Flávio Bolsonaro, da validação do inquérito das fake news pelo Supremo Tribunal Federal e da saída do governo do ministro da Educação, Abraham Weintraub.

Nesta terça, o Ministério Público e o Batalhão de Choque da Polícia Militar de Minas Gerais realizam uma operação na casa da madrinha de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, em busca da mulher dele, Márcia Oliveira Aguiar, que está foragida.

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