Arrozeiros pedem ao presidente da República soluções para o setor

 Arrozeiros pedem ao presidente da República soluções para o setor

Em ofício entregue a Jair Bolsonaro, orizicultores solicitam medidas relativas ao endividamento e implementação de plano de recuperação

Em junho completou um ano da audiência em que o presidente determinou que o Ministério da Agricultura e o da Fazenda encontrassem solução para o endividamento.

 O presidente da República, Jair Bolsonaro, recebeu nesta sexta-feira a reiteração de pedido de soluções para o endividamento do setor arrozeiro gaúcho. A dívida é estimada em R$ 3,5 bilhões, segundo números ainda referentes a 2018. A melhora dos preços em 2020 não alcançou boa parte dos produtores que precisaram vender a produção logo na colheita, para quitar as CPR´s e outros compromissos mais urgentes, e muitos que sem acesso ao crédito nem conseguiram plantar ou reduziram área. Em três anos o Rio Grande do Sul reduziu perto de 200 mil hectares plantados em razão das dívidas e da falta de renda na atividade.

Bolsonaro recebeu o documento do presidente da Associação de Agricultores de Dom Pedrito, Cristiano Cabrera, que também é diretor da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul, em Bagé (RS), na sexta-feira, 31 de julho. Ele esteve acompanhado do deputado federal Afonso Hamm (PP/RS). O pedido foi reiterado mais de um ano depois de o presidente da República, em junho de 2019, em reunião com arrozeiros, dirigentes setoriais e ministros ter determinado que os ministérios da Agricultura e da Fazenda encontrassem uma solução para o endividamento, momento em que lembrou que tentou produzir arroz no Mato Grosso e não teve sucesso. O dirigente também lembrou que o RS é importante para garantir a segurança alimentar do país. Até o momento, não houve nenhum movimento dos ministérios para responder aos arrozeiros endividados, o que levou à nova investida.

O pedido de providências do presidente, com sugestão de medidas foi endossado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Farsul) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS), e cópias foram enviadas aos deputados e senadores. Segundo informa a Federarroz, o documento solicita a atuação dos parlamentares junto ao Poder Executivo no sentido de adoção de medidas aptas à mitigar as dificuldades do produtores de arroz gaúchos com relação ao endividamento, uma vez que os custos de produção, dificuldades de acesso a crédito oficial e burocracia bancária, sistema de seguro inacessível, entre outros gargalos, estão inviabilizando a atividade orizícola no país.

Ao presidente da República, o setor pede, além da formatação de medidas estruturantes à cadeia produtiva arrozeira, ações para mitigar as consequências do endividamento que acomete os produtores da Metade Sul gaúcha, mediante implementação de Plano de Recuperação Econômica e Financeira dos Produtores de Arroz. Pedem tambem que seja viabilizada a renegociação de todo e qualquer passivo dos produtores desta área vencido a mais de um ano, existentes junto aos agentes financeiros, e que incluem as cédulas rurais que restaram objeto de repactuação, perdendo sua natureza rural, bem como os demais valores lançados como prejuízo e em discussão judicial.

O pedido é de um prazo para adimplemento de 15 anos, sem prejuízo da carência de dois anos e juros de, no máximo, 5% ao ano, devendo a taxa ser adequada à realidade da agricultura familiar e empresarial. O documento reitera ainda que orizicultura sul-rio-grandense é de fundamental importância à soberania nacional, vez que a segurança alimentar do povo brasileiro é garantida pelos orizicultores gaúchos.

Segundo Cabrera, o presidente Jair Bolsonaro informou que o assunto já está com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. "Ele deve encaminhar o quanto antes, os ministros estão com uma ordem para tratar do assunto e estudar esta possibilidade. Pude explanar todas as dificuldades da classe, os motivos do endividamento como os problemas climáticos, alto custo de produção e falta de renda e todos os problemas estruturais que não são tratados que precisávamos de uma renegociação com urgência". (Com informações da Federarroz)

3 Comentários

  • Esse pessoal das CPRs sempre querendo oportunidade para voltar a entupir o mercado de arroz e fazer o joguinho da indústria!!! Não aprenderam nada com 5 anos de prejuízos!!! Vão plantar soja ou criar boi… Mas prá não me chamarem de ruim sempre fui a favor e briguei muito aqui para que as dividas sejam securitizadas nos moldes de 1995, ou seja, 3% ao ano!!! O produtor inteligente já percebeu que arroz só dá lucro com area cultivada total em torno de 950.000 hectares!!! Aqueles que estão na mão da indústria plantar a Deus dara… Não fazem contas… Chegam a dar 70% da sua safra para a indústria entre juros e diferença por ter que entregar/faturar durante a safra… Esse pessoal não deve plantar arroz em prol da classe!!! São a diferença entre vendermos arroz entre R$ 45 e R$ 65… Me desculpem o desabafo, mas é o que penso!!!

  • Na minha simples opnião;o senhor não sabe o que é ver as pessoas desesperançosas na frente das pilhas de arroz nos mercados com preços entre 16 e 19 reais, fazendo conta pra ver se conseguem levar a marca que queriam, e percebem que só podem levar o que cabe no bolso,isso quando podem, ou viram as costas e vão para a parte do arroz de kilo.. Como é que elas vão pagar nos proximos meses 19 a 20 reais o pacote ganhando 600 reais/mês?

  • Sr Anderson, no socialismo o arroz é de graça, só que não tem arroz. Temos duas saídas, ou o país importa da Ásia, ou o país começa a dar valor para seus produtores.

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