A tempestade continua
Tudo indica que muitos fatores da alta de preços seguirão ativos em 2021
Ao que tudo indica, a “tempestade perfeita”, deflagrada pela desvalorização cambial do real e que alcançou seu ápice pela explosão de consumo gerada a partir da pandemia da covid-19, que reuniu diversos fatores capazes de valorizar os preços do arroz em patamares nunca antes vistos, vai continuar pelo menos no primeiro semestre de 2021. E, melhor pra cadeia produtiva, tem possibilidades de se alongar. Mesmo diante de uma expectativa de safra global maior, o Mercosul dá fortes indicativos de que colherá ainda menos que na última temporada, e seu quadro de oferta e demanda permanecerá muito ajustado.
Ao nível dos produtores, a notícia não poderia ser mais positiva para quem precisou vender assim que colheu na safra passada, por causa das lavouras plantadas com financiamento das “cédulas de produto rural” (CPRs), contratos diretos que vencem em março/abril. Estes rizicultores, em média, venderam a saca bem abaixo dos R$ 60,00, enquanto ela chegou a R$ 105,00 em outubro. Os preços da saca arrancaram de R$ 45,00 na safra e foram até perto de R$ 60,00.