México não prorroga isenção da cota de 75 mil t de arroz, mas vai dobrá-la para 2022
(Por Cleiton Evandro dos Santos, AgroDados/Planeta Arroz) Depois de desperdiçar a oportunidade de vender 75 mil toneladas de arroz em casca para o México em 2021 por não ter preços para competir, e realizar único carregamento de arroz em casca de 32 mil toneladas, tudo indica que a lição foi aprendida e o Brasil poderá ter melhores resultados em 2022. As entidades e o governo brasileiro pediram que o México reconsiderasse a data e prorrogasse até 28 de fevereiro a isenção de taxas que vencem em 31 de dezembro. Os mexicanos negaram. Não há tempo hábil para que o Brasil consiga carregar mais 43 mil t para cumprir a sua cota em 2021.
No entanto, a notícia poderá ser melhor que o esperado. Os governos estão negociando uma nova cota de isenção para 2022, com forte interesse do México, para até 150 mil toneladas de arroz. A proposta deve alcançar apenas arroz em casca, mesmo frente aos muitos esforços da cadeia produtiva para agregar arroz branco ao volume beneficiado pela isenção mexicana.
Diante da boa safra e do estoque de passagem relativamente alto, é uma ótima notícia. Fato é que o Brasil encaminhou negociação formal com o governo mexicano, mas boa parte das tratativas aconteceram nos bastidores. Uma das preocupações dos mexicanos é a baixa qualidade da safra norte-americana em 2021, em termos de padrões industriais, os preços do arroz do seu vizinho do norte, e também o temor de os EUA não conseguirem providenciar o suprimento de sua cadeia produtiva conforme será demandado. A expectativa é de que a nova cota de isenção seja anunciada na próxima semana.
Outras boas notícias vieram das exportações esta semana, como a confirmação de pelo menos mais dois navios de arroz para diferentes destinos. Um deles, com 25 mil, em casca para a África e outro com 18 mil toneladas para o Peru, em breakbulk. Também há cargas fracionadas sendo negociadas, como uma de 1,5 mil toneladas, sem destino confirmado. A carga de arroz em casca que partirá nesta segunda-feira para a Venezuela, também foi inflada e das 25 mil toneladas previstas inicialmente, terá um volume de 27,2 mil toneladas.
A expectativa, agora, gira em torno de duas negociações em andamento. Uma delas para anunciar a origem do segundo barco de arroz para a Costa Rica, pois o primeiro – dentre quatro e com 20 mil toneladas – já será embarcado na próxima semana. Outra informação dá conta de que uma trading internacional teria oferecido US$ 269,00 por arroz em casca, posto no porto de Montevidéu com destino à América Central. Seriam cerca de 13 dólares, final, um preço que o Brasil bateria facilmente.