Arroz: baixo nível das reservas de água preocupa produtores
(Por Nereida Vergara, Correio do Povo) Cultura amplamente irrigada e menos suscetível a longos períodos sem chuva, o arroz poderá enfrentar dificuldades no mês de janeiro se as condições climáticas não mudarem no Rio Grande do Sul. No caso das lavouras orizícolas, a meteorologista e consultora do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) Jossana Ceolin Cera afirma que a maior preocupação são os níveis dos reservatórios, que estão baixando rapidamente. Isto ocorre, segundo ela, devido à elevada demanda por irrigação das lavouras e, também, às altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar e ventos, que fazem aumentar a evaporação da água.
A diretora técnica do Irga, Flávia Tomita, diz que, ao contrário do que já ocorre nas culturas do milho e da soja, com perdas consolidadas e atraso no plantio, no arroz é prematuro mensurar impacto. Mas admite que se não ocorrerem chuvas suficientes em janeiro o grão pode também sofrer prejuízos. “Por enquanto, o estado é de alerta”, comenta.
O presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, considera cedo para falar em uma possível quebra ocasionada por estiagem prolongada. Admite, porém, que há problemas na Região Central do Estado e na Campanha. Também cita observações do Irga que indicam falta de água em Cachoeira do Sul, grande produtora de arroz. Na Campanha, os relatos dos agricultores para o instituto são de que há lavouras com baixo nível de água e outras morrendo. Os produtores ressaltam que somente um grande volume de chuva poderá reverter a situação.