Cenário atual do mercado de arroz

O décimo primeiro levantamento de safra divulgado pela Conab em agosto de 2009 indica uma produção nacional de arroz, para a safra 2008/2009, de 12,6 milhões de toneladas, 4,7% superior à colhida na safra passada, resultado das boas condições climáticas em todo o ciclo da cultura aliadas à boa tecnologia adotada.

A colheita está finalizada nas principais regiões produtoras do país, registrando bons índices de produtividade média em comparação à safra 2007/2008. No Rio Grande do Sul a média de produtividade atingiu 7.150 quilos/hectare, ou seja, 3,6% acima da média registrada no ciclo anterior. Em Santa Catarina, apesar das adversidades climáticas, as lavouras obtiveram, em média, 6.950 analista de mercado de arroz quilos/hectare, o que é considerado recorde em toda a série histórica.

Na Região Centro-oeste, embora as precipitações pluviométricas tenham ocorrido de forma irregular nos meses de novembro e dezembro de 2008, a colheita transcorreu normalmente, mostrando bom desempenho em produtividade. Na Região Nordeste (Sul do Maranhão e Sul do Piauí) a colheita está finalizada, apresentando perdas em produtividade motivadas por fatores climáticos.

A área total do país foi de 2,9 milhões de hectares, incremento de 1,2% em relação ao ciclo passado, que foi de 2,87 milhões de hectares, com destaque para as regiões Centro-oeste e Sul do país, que obtiveram ganhos na ordem de 13,6% e 2,5%, respectivamente.

OFERTA E DEMANDA

Analisando o quadro de oferta e demanda nacional de arroz para o ciclo 2008/09, conforme ilustrado abaixo, vê-se que a produção brasileira está estimada em 12.638,7 milhões de toneladas e as importações em 800 mil toneladas base casca que, se somadas ao estoque inicial de 1,1 milhão de toneladas, resultam numa oferta total de 14,5 milhões de toneladas.

A demanda, por outro lado, totaliza 13,5 milhões de toneladas, resultado de exportações avaliadas em 600 mil toneladas e consumo em 12,9 mil toneladas. Dessa forma, o estoque final foi calculado em 970 mil toneladas, com a relação estoque/consumo estimada em 8,7%, a menor das últimas três safras, e suficiente para quase 30 dias de consumo. É importante ressaltar que as importações e exportações poderão sofrer ajustes em razão do comportamento dos preços nos mercados interno e externo.

PREÇOS

No inicio do ano de 2009 o mercado de arroz iniciou uma fraqueza no referencial de preços, reflexo da entrada da nova safra. A tendência no comportamento baixista das cotações, naquele momento, era considerada sazonal, pois a retomada de alta ocorreria em meados de maio. Isso não aconteceu, a saca de 50 quilos, que em maio chegou a ser comercializada abaixo dos R$ 25,00, ficou abaixo do preço mínimo, que é de R$ 25,80.

A queda de preços no mercado interno deve-se, em grande parte, ao comportamento cambial. A boa oferta doméstica e a possibilidade de importação dada a apreciação da moeda nacional em relação ao dólar faz com que se retarde e minimize o processo de recuperação dos preços.

A Conab, no acompanhamento dessa evolução baixista de preço, iniciou no dia 14/4/09 os leilões de contrato de opção. As regras foram expressas na Portaria Interministerial nº 502 (ministérios da Agricultura e Fazenda), que especifica para o arroz longo fino em casca o preço de exercício de R$ 30,35 a saca de 50 quilos, com vencimento em 1/10. Com os mecanismos de opção oferecidos pelo Governo, em outubro próximo haverá garantia de venda da saca a R$ 30,35.

Podem participar produtores e cooperativas dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Esse tipo de contrato, adquirido em leilões promovidos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), garante a comercialização da colheita do produtor, que tem a opção de vender ao Governo, caso o preço de mercado esteja abaixo do estabelecido no contrato.

Com preços em elevação, o sufoco do mercado do arroz tomou novo fôlego depois das medidas de incentivo anunciadas pelo Governo Federal. Hoje a saca de 50 quilos está cotada em R$ 27,00. A seguir encontra-se planilha com o resumo dos leilões dos contratos de opção 2009.