Grande resistência
BRS A709 integra portfólio Embrapa voltado à orizicultura
A Embrapa Arroz e Feijão lançou em maio, em Santo Antônio de Goiás (GO), a BRS A709 para complementar o seu portfólio de cultivares e oportunidades para a cadeia produtiva do arroz. A variedade integra-se às opções de materiais convencionais de arroz irrigado de ciclo médio (127 dias) e tem como diferenciais a produtividade, a qualidade de grãos e a tolerância ao acamamento e resistência às principais doenças das lavouras.
A cultivar possui potencial produtivo de 16,1 mil quilos por hectare e estabilidade de produção em diferentes ambientes de cultivo, indicada para áreas irrigadas por inundação, com semeadura direta em solo seco ou pré-germinado. Possui rendimento estável de grãos inteiros no beneficiamento, em torno de 69%, percentual de interesse da indústria.
Trata-se de um arroz que pode ser embalado em marcas de primeira linha e possui qualidade premium. Outra característica importante da BRS A709 é a tolerância ao acamamento, conforme as condições ambientais e de cultivo.
Segundo a Embrapa, a BRS A709 é moderadamente resistente à brusone nas panículas e nas folhas e à mancha de grãos e mancha parda, algumas das principais doenças da cultura. Élcio Perpétuo Guimarães, chefe-geral da unidade de Goiás, explicou que a busca por cultivares mais resistentes é uma constante no portfólio de arroz da Embrapa, pois a variabilidade de materiais com diferentes fontes de resistência, em especial no ambiente tropical, é encarada como estratégica para a longevidade de cada variedade no mercado.
José Colombari Filho, coordenador do programa de melhoramento genético de arroz em Goiás, explicou que a BRS A709 é resultado de 12 anos de pesquisa da Embrapa.
“Obtivemos a cultivar por meio da aplicação de critérios de seleção rigorosos na busca do maior potencial produtivo e resiliência às adversidades que ameaçam o arroz. Realizamos experimentos em mais de 30 ambientes em todo o Brasil e a BRS A709 foi a de melhor estabilidade produtiva entre as variedades testadas da Embrapa, com média de 9,6 mil kg/ha e potencial produtivo de até 16,1 mil kg/ha”, afirmou.
A expectativa da Embrapa é atender à demanda do setor por materiais mais produtivos e matéria-prima de qualidade no beneficiamento e o consumidor que busca arroz com boa aparência de grãos, translucidez e brancura, solto e macio após o cozimento. “Com a BRS A709, a Embrapa e seus parceiros reafirmam o compromisso de fornecer a genética de melhor qualidade, promovendo a contínua busca pela sustentabilidade produtiva do arroz e segurança alimentar de todos nós brasileiros”, concluiu Colombari.
FIQUE DE OLHO
A BRS A709 possui ampla adaptação às diferentes regiões produtoras do Brasil em sistema irrigado por inundação e é indicada a sete estados: Roraima, Maranhão, Tocantins, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A pesquisa que chegou a essa cultivar teve a colaboração da Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Clima Temperado e Embrapa Cocais.