Arroz sobe em um ano quase oito vezes mais que o salário mínimo

 Arroz sobe em um ano quase oito vezes mais que o salário mínimo

(Por R7) Um dos alimentos mais consumidos na mesa dos brasileiros, o arroz segue como um dos itens com maior valorização no último ano. Segundo dados da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), em julho de 2021 ele acumulou alta de 39,8% nos últimos 12 meses, quatro vezes mais que a inflação no período, de 8,99%, e quase oito vezes o reajuste do salário mínimo do país.

Em 2020, o piso salarial do país, definido pelo governo federal, era de R$ 1.045. Em 2021, R$ 1.100, com 5,2% de aumento.

Nos últimos 12 meses, portanto, o arroz subiu 7,65 vezes mais que o salário mínimo, afetando diretamente as pessoas com menos renda e que mais consomem o produto.

O gerente da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), do IBGE, André Martins, explica que o grão faz parte da dieta de praticamente todos os brasileiros, mas na classe de rendimento baixa a quantidade é maior. “Já os produtos industrializados e caros estão entre os mais encontrados nas famílias de rendimento per capita superior, que têm condições de escolher o que quer consumir”, afirma.

Apesar de ter registrado queda no preço entre junho e julho, o arroz tem sido destaque entre os mais valorizados desde 2020.

Levando em conta os dados divulgados pelo Procon-SP, que registra mensalmente os preços médios do produtos da cesta básica no estado, em julho de 2020 era possível comprar com um salário mínimo 329 quilos de arroz. No mesmo mês, um ano depois, 267. Uma diferença de 62 quilos, ou 19% a menos.

Por causa da pandemia de covid-19, explicam os economistas, o brasileiro ficou mais tempo em casa e deu preferência a alimentos básicos.

Com a atividade rural em alta, aumentou a produção dos grãos, mas não o suficiente. O alimento nacional, com o real desvalorizado, foi também exportado. Demanda maior somada a menos produto nas prateleiras dá em aumento de preços.

O economista do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV (Fundação Getulio Vargas), André Braz destaca que, para a família de baixa renda, o arroz e todos os outros integrantes da cesta básica pesam mais na inflação das classes baixas. “Pouco importa se a gasolina ficou cara ou barata, se o preço da passagem aérea caiu, se as escolas vão dar um desconto porque são itens que não fazer parte da lista de consumo deles.”

2 Comentários

  • E ainda não cobre os custos de produção defasados por 10 anos prejuizos ao produtor! Alguém segue faturando milhões e quem leva a culpa é o produtor! Isso é Brasil…

  • Flavio, os produtores estão em outro patamar, produtor de 10 anos atrás, ou quebrou, ou a nova geração da família assumiu, ou ele se organizou e se capitalizou. O mercado evolui, não existe mais a figura do pobre coitado da lavoura, existe um produtor capitalizado, usando tecnologia de ponta e muito mais organizado que a cadeia industrial. Vamos parar com essa conversa de que produtor é pobre coitado. Quem soube se adaptar, fez as mudanças necessárias esta muito bem. A queda de braço mudou, antes era a indústria pressionando o produtor a vender barato, hoje é a indústria que sofre pressão tanto dos grandes atacadistas e varejistas para vender barato, quanto do lado do produtor que firma os preços e não vende o arroz por que não tem necessidade de venda. Com isso as margens das indústrias foram para o espaço. Portanto para com essa conversinha mole que não cobre os custos, não existe negócio que sobreviva se tu gastar mais do que ganhar.

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