Arrozeiros do Rio Grande do Sul contabilizam bons resultados nesta safra

Uruguaiana mantém liderança no rendimento do cereal no Estado, com 7,9 mil quilos por hectares.

Grão com preço em alta, aumento de produtividade, safra recorde e perspectivas de próximas safras tão boas quanto a que se encerra. Os arrozeiros do Rio Grande do Sul estão com motivos de sobra para comemorar. Uruguaiana, mais uma vez, foi destaque: teve a maior área plantada do Estado e a maior produção.

A cidade é referência em todo o país quando o assunto é arroz.
Com 78.618 hectares de plantio dedicado ao cereal, Uruguaiana bateu o recorde de produtividade média, atingindo 7,9 mil quilos por hectare. A façanha tem duas explicações: mentalidade aberta do produtor para a implantação de novas tecnologias e respeito à época certa de plantio.

Segundo o agrônomo da unidade local do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Gustavo Hernandes, o produtor de Uruguaiana tem a noção de que é preciso seguir à risca os diversos fatores que envolvem o plantio, o manejo e a colheita.

Quase 50% dos produtores do município têm implantado em suas lavouras práticas do Projeto 10, do Irga. Eles observam o plantio na época adequada (setembro e outubro), manejam irrigação, pragas e doenças, além de controlar plantas daninhas de forma precoce.

O projeto também incentiva a integração entre lavoura e pecuária, ou seja, o revezamento do corte de terra, a divisão da lavoura, entre o plantio de arroz e o plantio de alimento para o gado da propriedade. Cada agricultor tem uma média de 2,8 cortes de terra. Outro fator importante observado por Hernandes é que a maioria dos produtores utiliza sistemas eficientes de irrigação.
O bom momento do arroz contrasta com períodos difíceis já enfrentados pelos produtores.

– O aquecimento mesmo veio só em abril deste ano, quando a saca passou de R$ 35. Houve um aumento do preço em nível mundial, em razão da falta do alimento em diversos países. Como não havia incentivo dos governos para o produtor plantar, o produto foi ficando escasso e a população foi aumentando. Este ano estourou – analisa o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz), Renato Rocha.

A nova preocupação dos produtores, segundo Rocha, é o aumento dos insumos para a próxima safra. As dívidas acumuladas nos quatro anos de mercado em baixa também assustam.
– Pelo menos essa safra foi um oxigênio. Mas temos muito o que resolver ainda – sentencia Rocha.

A previsão do diretor técnico do Irga, Walmir Menezes, é que a média estadual de rendimento chegue a 7,5 mil quilos por hectare. Menezes ressalta que a produção média só não foi mais alta em razão dos estragos nas lavouras que ocorreram na região litorânea do Rio Grande do Sul, por conta dos fortes ventos leste e nordeste.

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