Bolívia importará 60 mil toneladas de arroz para garantir abastecimento
(Por Planeta Arroz) A Bolívia importará 60 mil toneladas (t) de arroz com tarifa de 0%, portanto a expectativa é que esse volume chegue ao mercado nacional em “algumas semanas”, informou o gerente da Empresa de Apoio à Produção de Alimentos (Emapa), Franklin Flores.
“Os volumes de 60 mil toneladas são importados pela Insumos Bolívia, que está fazendo um levantamento geral de quais países têm quantidade suficiente desse arroz que deve chegar em algumas semanas”, afirmou.
Face aos efeitos da seca na produção, no contrabando inverso e na especulação, o Executivo aprovou um novo decreto supremo que difere para 0% a tarifa de importação de arroz por três meses (Dezembro, Janeiro e Fevereiro) e desta forma, pretende adquirir cerca de 60 mil toneladas de terceiros países para consumo interno.
Segundo o vice-ministro do Comércio e Logística Interna, Grover Lacoa, o Governo recebeu ofertas para importar arroz a um “preço muito mais barato” de países da América Central e da Ásia.
A importação de arroz do Mercado Comum do Sul (Mercosul) está descartada porque membros deste bloco econômico, como Brasil e Argentina, por exemplo, também enfrentam problemas na produção de arroz e outros alimentos devido à seca.
“O Brasil teve uma perda significativa de arroz este ano devido às enchentes na maior região produtora daquele país, no Rio Grande do Sul; Portanto, importar do Brasil não é uma opção”, explicou Lacoa.
Efeito da seca
A Bolívia e os restantes países da região, pelo menos, vivem atualmente uma das “secas mais intensas dos últimos 25 anos”, o que evidentemente influencia o nível de produção de alimentos, como o arroz.
Apesar da seca, a Bolívia produz arroz a “um nível de preços muito inferior em comparação com outros países da região e aproveitando esta situação há pessoas mal-intencionadas que levam estes alimentos e outros para as fronteiras e vendem-nos a preços elevados” para ganhar muito mais”, também provoca especulações no mercado interno.
Por especulação, um quintal de arroz aumentou para 400 Bs no país, em Desaguadero (fronteira com o Peru) esse mesmo volume custa 600 Bs e no Brasil vale cerca de 700 Bs.
Na Bolívia, cerca de 40% da produção de arroz foi afetada pela seca este ano e a colheita de 2025 deverá melhorar com o apoio aos agricultores com sementes, fertilizantes e outros insumos, disse o ministro do Desenvolvimento Produtivo e Economia Plural, Néstor Huanca.
