Bolsa Família: programa que mais impacta consumo

Além de ser a transferência social que mais contribui para o PIB, o Bolsa Família é também aquela que mais pesa para o consumo no País, segundo conclusão do livro “Programa Bolsa Família: uma década de inclusão e cidadania”, que será lançado no final deste mês pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Alguns dados do trabalho foram apresentados em Brasília e revelam, por exemplo, que, a cada R$ 1,00 transferido pelo Bolsa Família, o consumo final do total da economia aumenta R$ 1,98, enquanto que os efeitos no consumo final das famílias é ainda maior: de R$ 2,40. O Bolsa Família é o programa de transferência social que mais contribui com a expansão da economia: cada R$ 1,00 adicionado ao projeto significa um incremento de R$ 1,78 no Produto Interno Bruto (PIB). O objetivo de um dos capítulos da pesquisa é avaliar os efeitos do programa sobre a macroeconomia.

Para tanto, os pesquisadores Fabio Vaz e Pedro de Souza, além do presidente do Ipea, Marcelo Neri, compararam os impactos do principal programa de distribuição de renda do governo federal com outras seis transferências sociais: os benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), do Benefício de Prestação Continuada (BPC), do Seguro Desemprego, do Abono Salarial do PIS/PASEP e dos saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com o livro, os chamados efeitos multiplicadores sobre a economia são maiores quanto mais focalizadas são as transferências para os mais pobres, por formarem famílias com maior propensão marginal a consumir. Também por isso, o impacto sobre o consumo das famílias é maior do que sobre o consumo final do total da economia. Mais do que qualquer outra transferência, o programa beneficia diretamente famílias mais pobres com alta propensão a consumir e, portanto, consegue um efeito multiplicador maior, segundo os pesquisadores.

No quesito consumo, o Benefício de Prestação Continuada é o que mais se aproxima do Bolsa Família. Cada R$ 1,00 aplicado no BPC representa um retorno de R$ 1,32 no consumo final da economia e de R$ 1,54 no consumo das famílias. O estudo também analisou o efeitos das transferências sociais na renda disponível bruta do total da economia e na renda disponível bruta das famílias. Ao se transferir R$ 1,00 a mais do Bolsa Família, aumenta R$ 1,48 a renda disponível bruta e R$ 1,64 a renda disponível bruta das famílias. Esses resultados sustentam a hipótese de que as transferências sociais voltadas para os mais pobres – principalmente as do Programa Bolsa Família – cumprem papel positivo importante para a dinâmica macroeconômica brasileira, além de contribuir para a redução da pobreza e desigualdade, segundo os autores no estudo.

Para analisar os efeitos sobre a macroeconomia, os pesquisadores usaram dados do Programa de Orçamentos Familiares (POF) e do Sistema de Contas Nacionais, que contêm informações de produção, remuneração de fatores, tributos indiretos, consumo intermediário e componentes da demanda final. A transferência ocasiona um giro na economia, onde uma renda gera um gasto e num gasto há uma renda, segundo o Ipea. Outro ponto analisado é a influência do principal programa de transferência de renda do governo social para a redução da extrema pobreza – do número de brasileiros que vivem com menos de R$ 70 mensais. O Bolsa Família foi responsável por 28% da queda da extrema pobreza, segundo o estudo, sendo que entre 2002 e 2012 a proporção da população nessa faixa caiu de 8,8% para 3,6%. Sem o Bolsa Família, a taxa de extrema pobreza em 2012 seria de 4,9%.

6 Comentários

  • Cada R$ 1,00 que é dado para quem não trabalha é R$ 1,00 que o País fica mais pobre… Não cria riquezas, apenas divide miséria… Não estimula o trabalho, mas sim o ócio… Senão fosse assim o governo não estaria repensando os projetos sociais… Cito por exemplo o SEGURO-DESEMPREGO… Para mim o BF não passa de mero assistencialismo em troca de votos… Lá em casa fui criado com um Bolsa-Família que se chamava PÁ. e o Seguro-desemprego era a enxada… Trabalhar nunca fez mal para ninguém… Mas como no Brasil o que é certo para muitos está errado para os preguiçosos por natureza, continuamos acreditando que sem TRABALHO haverá PROGRESSO… Certa vez ouvi uma frase e para mim ela retrata fielmente o que eu penso: “Não existe JUSTIÇA sem DIVISÃO, mas jamais haverá PROGRESSO sem TRABALHO…”. Inclusão social não é sinônimo de esmolas, mas de educação e geração de empregos…

  • Acredito que o programa tem sua eficiência sim, mas muito ainda deve ser feito para que os fraudadores, corruptos e mal intencionados não usem o programa como meio de ganhar dinheiro fácil. Enquanto não tivermos certeza que os recursos públicos estão sendo bem aplicados, continuaremos pagando o pato e só uma conciência política bem trabalhanda é que pode mudar e isso e só com o fortalecimento da educação chegaremos lá. OLHO VIVO PESSOAL.

  • Apenas para complementar o meu texto, Sr. Alexandre, quero dizer que um País se faz com produção, riqueza, educação, geração de empregos e estímulo ao trabalho, controle e não estimulo a natalidade, planejamento familiar, aumento de PIB, aumento de renda, transferência de rendas através de remunerações justas e, não apenas com consumo… O governo comemora porque esse dinheiro retorna através de impostos, mantendo essa ciranda eleitoreira ad eternum… Esse não é o Brasil que eu cresci e nem o Brasil que eu gostaria para meus filhos… Um Brasil de divisão de miséria e migalhas… só isso!!!

  • Olá amigo Flavio voce tem razão em tudo no que está falando no seu comentario…um certo dia um caminhoneiro chegou num posto la no Matto grosso e por lá encontrou um aglomerado de homens+ou- uns 20..e ai o caminhoneiro que era gaucho foi perguntar oque estava acontecendo aí por ter tantos homens neste restaurante… por surpresa um deles respondeu ó gaucho trabalhar porque se o Lula me da R$,1500,00…mil e quinhentos reais por mes não sou bobo o gaucho… deixo o trabalho pra voces que são troxas trabalham por nós..este é o Brasil de hoje mas é o que da voto se não foce assim talvez não estariam lá,,abraços do amigo.

  • Perfeito, Sr. Flávio

  • Mas afinal. O bolsa familia aumentou o consumo do que? Teria sido de refrigerante, cerveja ou cachaça, pois, de arroz é que não foi.

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