Chuvas reduzem produção do arroz

 Chuvas reduzem produção do arroz

Rizicultor Valter Tomelin, do Coati, mostra os grãos da lavoura seca desse ano

Produtores da região de Joinville amargam perdas e esperam recuperar em parte a quebra da lavoura com a ressoca, que termina em junho.

As chuvas intensas que ocorreram de setembro a novembro do ano passado, durante a floração das arrozeiras na região, prejudicou em torno de 30% da produção de arroz. Os grãos colhidos estão quebrados. “A ressoca (segundo plantio) começou a ser colhida agora”, conta a extensionista rural da Epagri de Guaramirim, Zelita de Lourdes Gomes. Essa situação é referendada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que essa semana divulgou a redução de 7,7% na produção nacional de arroz.

A quebra na safra da primeira colheita, comparativamente aos dois últimos anos, é constatada não somente no Vale do Itapocu, mas em todo o Estado. Zelita cita que nos 6,4 mil hectares plantados em Guaramirim, ainda sem os dados da ressoca, os produtores colheram em média de 100 a 120 sacas (de 50 quilos) por hectare, enquanto que na safra 2014/2015 foram colhidos em média 167 sacas por hectare, e na de 2013/ 2014, 170 sacas por hectare. “Um agricultor que colhia 140 sacas teve em média 40 sacas a menos até agora”, estima.

Em Massaranduba, nos 6,1 mil hectares, aponta que a safra 2014/2015 registrou média de 198 sacas por hectare e a de 2013/2014, 194 sacas/hectare. Já nos mil hectares plantados em Jaraguá do Sul, a safra 2014/2015 apontou 153 sacas por hectare e 2013/2014, 165 sacas por hectare. Ainda de acordo com Zelita Gomes, os dados finais da região serão divulgados pelos produtores no Seminário Regional de Avaliação da Safra de Arroz, dia 15 de junho, em Massaranduba.

Segundo o presidente da Cooper Juriti, com sede em Massaranduba, e da Associação dos Rizicultores do Litoral Norte Catarinense, Orlando Giovanella, a instituição reúne 23 municípios e congrega 755 associados. Até agora, a média da quebra de safra da primeira colheita oscila entre 10% e 15%, apesar de reconhecer situações isoladas de perdas de até 80%.

Cada saca é paga ao produtor a R$ 40, valor que se mantém desde janeiro. Em 2015, somando a primeira colheita e a ressoca, a produção alcançou 1,5 milhão de sacas: 65% destinado ao mercado de Curitiba. Rio de Janeiro, Ceará, São Paulo e o mercado local completam a destinação do produto. No ano passado, o preço pago ao produtor foi de R$ 33 e R$ 35. “Não vai faltar arroz para o consumidor. Há cinco anos o arroz de cinco quilos se mantém entre R$ 9 e R$ 12. Se subir até 20%, não vai alterar muito no bolso”, observa Giovanella.

Rizicultores resistem

O rizicultor Valter Tomelin, de 63 anos, planta em 28 hectares na localidade Quati, em Guaramirim. Até agora, colheu 90 sacas e espera mais 45 sacas com a ressoca. “No ano passado, consegui 135 sacas por hectare. O meu custo de produção é R$ 28 por saca. Precisaria ganhar R$ 50 por saca para cobrir os custos de produção. A agricultura está ‘maleixa’. Tem muita gente quebrada, mas o jeito é continuar”, declara ele, enquanto mostra os grãos quebrados que colhe na ressoca.

O vizinho e também agricultor Ademir Roloff, 59, que planta em 93 hectares, conta que colheu 90 sacas por hectare, enquanto que em 2015 foram 120 sacas. Para ajudar a minimizar o prejuízo, ele utiliza a colheitadeira e cobra 10% da safra para cortar a produção dos vizinhos.

15 Comentários

  • Caríssimos. Pelo menos uma notícia melhor é que o preço ao produtor começou a reagir forte nos últimos dias. 45 reais já é realidade iminente. E 50 logo em breve. Sem ufanismo, pois o mar não tá pra peixe! Sds

  • Quando falei em janeiro desse ano que o prejuizo ia ser de 30% no minimo, os gurus diziam que em anos de El Nino o normal era uma quebra de no maximo 15%… Com a palavras os gurus… Os numeros nao mentem… A safra foi um fracasso… E agora Jose???

  • Quero ver quem vai comprar seu arroz a R$50, vão sonhando. Importação neles!

  • Quem leu recente matéria aqui mesmo, sabe que o preço pode chegar tranquilo a 48 reais pela paridade justamente com a importação. O milho esteve recentemente a 50 reais. Yes, o arroz can! Ao invés de sonhar ou dar pitaco sem lastro, melhor se informar melhor. Sds

  • PS: Lembrei agora que um tal sr Rushel também de mim zombou um tempo atrás decretando como certo um teto de 44 reais. Já chegamos lá, basta olhar as cotações deste mesmo site. Tá ficando divertido derrubar as mães Dinah de plantão!

  • E digamos:Exportacão neles. Se alguém acha absurdo R$50,00 a saca de arroz é pq ñ tem nocão do custo de producão. E atual conjuntura só tem lugar para industrias sérias e não pra picaretas inoportunos, se daqui pra frente tiver 5kG de arroz por R$8,00 no mercado pode saber que algum agricultor foi logrado, olho vivo nos picaretas que oferecem mais que as cooperativas e dão cheque sem fundos. Já fui taxado de exagerado , MAS VOLTO A DIZER QUE A PRODUCÃO NACIONAL NÃO PASSA DOS DEZ MILHÕES DE TONELADAS. Só se as varzeas altas são mais que as inundáveis.

  • Vai passar de 50 certo, falei isso no final do ano passado e me chamaram de lunático, como tenho parente dentro das grandes indústrias já me haviam falado mesmo antes do fiasco da colheita que o arroz poderia chegar nestes valores. Mesmo chegando no valor de importação não existe muito arroz disponível este ano. Mesmo que o arroz chegasse a 80 reais continuaria valendo um pacote de 5kg menos que um hambúrguer .

  • Então porque não começa a importar seu Pitarco em vez de dar pitaco furado.

  • 50 PILA NELES! !!!!!!!

  • Muita calma pessoal não vamos começar a brigar agora… É cedo ainda… O que a indústria e o varejo tem que entender que o grande produtor teve um custo de no mínimo R$ 44,71 por saco produzido levando-se em conta a média histórica de produção de 8.000 kgs/ha… < Façam uma regra de três para aqueles que produziram 7.200 kgs/ha o custo sobe para R$ 49,67 (já corrigidos pela perda inflacionária)... Duvido que alguem colheu um saco de arroz com um custo de R$ 28... Mas nem as lavourinhas de pré-germinado aguadas a balde e colhidas a foice!!! Se estou errado me corrijam??? Muito provavelmente o custo do produtor capitalizado tenha sido menor não sei (me ajudem mas acredito que o custo desses produtores eh 20% menor, não sei)... > e, que, se continuarmos vendendo arroz a R$ 39, 40, 41, 42, 43, 44 vamos quebrar de vez… Não tem mais gordura para queimar e ninguém quer mais queimar gorduras… Até os grandões já estão pensando em reduzir área no próximo ano… Ou a industria acha uma maneira de repassar preços aos varejistas e consumidores, ou ela não terá matéria prima no próximo ano… Ou acaba a exploração, ou acabam os explorados é simples !!! Está todo mundo quieto porque não querem alardear o que nós estamos sabendo… O feudalismo acabou na idade média… Quem muito explora um dia vai ter que pagar o preço por fazer isso… Quem semeia vento vai colher tempestade amanhã… Não adianta encherem os pátios de silos novos se não tiverem arroz para colocar dentro !!! A faca está nas mãos dos senhores industrias… E não venham com esse papo que não tem margem e que o varejo não está conseguindo repassar ao consumidor… Vamos parar com essa conversa… Quando o arroz estiver R$ 45 ainda assim vão vir correndo comprar… Importações não chegam por menos de R$ 53 fob… NÃO TEM ARROZ !!! E se Deus quiser vamos ter um ano mais seco que abarrotar de soja as várzeas… Não estamos sonhando não !!! Quem puder segurar produto que segure… Quem conseguir renegociar dívidas ou alongar, que renegocie… Se tivermos que morrer que morramos lutando pelo nosso negócio… Que Deus proteja os homens de bom coração da ira dos ambiciosos e mesquinhos… Perdoem o meu desabafo… Mas chega a ser perversa a situação que vivemos!!! Abraço.

  • Negócio de pequeno lote hoje em Pântano à 44,00 com 2 dias pra pagar!

  • Camaqua ja tem negócio para 45,00 livres com prazinho médio de 15 dias

  • Temos que ter a meta de um preço mínimo de 50,00 reais, se não estamos quebrados. Vamos pressionar pra chegar lá. Menos que isso vai ser suicídio.

  • Vamos lá pessoal 50,00 pila neles!!!!!

  • Boa tarde pessoal, exportações bombando em RG, temos um barco programado agora em seguida e sai um e chega outro que nem ano passado, vamos batendo record em cima de record de exportação em casca pela nossa qualidade, se a industria daqui não quer pagar as de fora pagam ai as nossas que importem hibrido americano ou arroz ratalino da asia.
    Façam as contas, arroz posto no porto R$45,00 mais o bônus de uns 5 por cento por não ser a tabela orelhana vira R$47,25 comparado com as industrias daqui que aplicam a tabela do cartel, então srs. R$50,00 é logo ali, muita calma não tem arroz eles vão ter que vir, virou o jogo não aceitem tabelas que não a da CONAB, vendam soja, sentem em cima mas não vendam por menos de 50 pila pra poderem honrar seus compromissos.
    EXPORTAÇÕES NELES
    SOJA NA VARZEA NELES

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