Conab mantém expectativa de colheita deficitária em arroz no Brasil

 Conab mantém expectativa de colheita deficitária em arroz no Brasil

Foto: El Observador

(Por Planeta Arroz) Levantamento de safra divulgado esta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que o Brasil tende a ser deficitário na produção de arroz nesta temporada. Ainda é cedo, embora 98% das áreas estejam colhidas, para estimar a produção de grão limpo e seco, mas ainda se espera que os números sejam ajustados para cima pela Conab, alcançando um equilíbrio próximo das 10,8 milhões de toneladas que o país consome.

A Conab projeta que a safra brasileira de arroz deverá apresentar, na temporada 2021/22, redução de 3,5% na área plantada em comparação à safra anterior, atingindo 1.619,9 mil hectares, enquanto a produção passará a atingir 10.600 mil toneladas, uma redução de 9,9% em relação à safra 2020/21. Com isso, o país seria deficitário em 200 mil toneladas, o que não chega a ser um problema por causa dos estoques remanescentes, em torno de 1,5 milhão de toneladas, e das importações, previstas em mais 1 milhão de toneladas.

Segundo a Conab, a questão climática no Brasil mostrou uma ressalva para regiões que apresentavam estresse hídrico e agora mostraram-se em situação de excesso de precipitações, e que pode ter comprometido o desempenho das safras. Contudo, foram registrados diminuição nas precipitações na última quinzena do mês em que a estiagem sazonal esteve se intensificando a cada semana.

Apesar da diminuição da temperatura na Região Centro-Sul do país e até relatos de geadas na Região Sul, a condição climática esteve favorável para a colheita do arroz.

A área de arroz irrigado é estimada em 1.302,2 mil hectares. Quanto ao sequeiro, a previsão é de redução em 15,1% em relação à safra 2020/21, estimada em 317,7 mil hectares. No final de maio, 98,3% das lavouras já haviam sido colhidas no país.

OFERTA E DEMANDA

A Conab estima que a safra de arroz 2021/22 será 9,9% menor que a safra 2020/21, projetada em 10,6 milhões de toneladas. Esse resultado é reflexo principalmente da estimativa de significativa redução da produtividade em conjunto com a projeção de redução de área da cultura, com base em verificação em campo realizada pelos colaboradores das superintendências regionais.

Mais especificamente sobre a produtividade, após um clima extremamente favorável na última safra, o cenário de anormalidade climática identificado na safra 2021/22, resultado do fenômeno La Niña, acarreta em intensa queda da produtividade. Sobre a área, a boa perspectiva de rentabilidade das culturas concorrentes por área e a elevação dos preços dos insumos resultaram em retração do cultivo da cultura.

Em relação ao quadro de oferta e demanda do arroz, neste nono levantamento, não houve importantes alterações dos números apresentados no oitavo levantamento em relação à safra 2021/22, com exceção apenas do leve reajuste para baixo da produção. Sobre a balança comercial, para as exportações, a perspectiva é que haja incremento do volume comercializado para 1,3 milhão de toneladas, com um leve viés de valorização do mercado orizícola internacional e a alta demanda dos principais países importadores.

Para as importações, estima-se uma estabilidade do volume em 1 milhão de toneladas. Como resultado, projeta-se um cenário de diminuição dos estoques finais da cultura do arroz, totalizando um montante de 2 milhões de toneladas em dezembro de 2022.

ANÁLISE ESTADUAL – SAFRA 2021/22

Rio Grande do Sul:

a colheita está finalizada no estado, favorecida pela ocorrência de clima propício para a operação. As precipitações ocorridas no período contribuíram para a recuperação dos níveis dos reservatórios e dos mananciais, e não foi empecilho para a execução das atividades de campo.
A safra, inclusive no início do desenvolvimento vegetativo, foi marcada por um longo período de estiagem que atingiu principalmente as lavouras localizadas nas regiões da Fronteira Oeste, Campanha e Central.

Na Fronteira Oeste e na região Central em torno de 13% e 4% da área, respectivamente, foram abandonadas, e outras tiveram irrigação intermitente reduzindo a produtividade. Nas demais regiões a redução dos níveis dos reservatórios não chegou a limitar a produtividade das lavouras de forma significativa, mas houve redução do potencial produtivo devido às altas temperaturas no período crítico da floração, porém foi dentro do esperado.

Santa Catarina:

a colheita se encontra encerrada, restando apenas áreas de rebrote a serem colhidas, especialmente na região norte, onde há relato de incidência de pragas, mas sem prejuízo da produção total. De maneira geral, as lavouras plantadas na época tradicional apresentaram desenvolvimento dentro da normalidade, com boa sanidade e nenhum relato de problemas severos de pragas e/ou doenças.

Contudo, a estimativa atual da safra aponta para uma estabilidade na área plantada, porém com uma redução de 10,7% na produtividade de 7,7 toneladas por hectares, relacionada com a elevada expectativa na previsão durante a evolução da safra, que não foi confirmada agora após a execução total da colheita.

Goiás:

todas as áreas foram praticamente colhidas, na região de Flores de Goiás, na atual safra, ocorreram reduções de produtividade e de produção, advindas do excesso de precipitações na fase de semeadura, para o arroz irrigado. No arroz de sequeiro, a colheita está encerrada.

Mato Grosso:

a colheita do arroz foi concluída. Os rendimentos foram bons, mas por ocasião da interrupção sazonal das precipitações os últimos lotes colhidos apresentaram uma maior quantidade de grãos avariados no percentual das amostras.

Maranhão:

a colheita avançou, atingindo 90% da área total plantada, mas ainda não foi concluída devido ao excesso de chuvas que foi empecilho para a operação. A área total de arroz de sequeiro da atual safra é de 98,3 mil hectares, com aumento de 6,2% em relação à safra anterior devido à expansão de área, sobretudo do município de São Mateus do Maranhão.

Amazonas:

a semeadura foi tardia devido ao excesso de chuvas e se encontra nas fases iniciais de desenvolvimento vegetativo.

Pará:

no sul do estado, o arroz de sequeiro foi concluído e com rendimento do cultivo acima da média.

Pernambuco:

a tendência é de que a área plantada seja reduzida significativamente em virtude dos altos custos dos insumos.

Acre:

a colheita foi concluída. A área de cultivo mantém-se estável sem aumento de área plantada devido ao alto custo de produção.

Piauí:

as áreas de arroz de sequeiro apresentaram uma redução quando comparadas com a safra anterior, de 12,1%, atingindo cerca de 45,2 mil hectares. Esta redução de área ocorreu principalmente devido à substituição do cultivo da soja ou milho em áreas do sudoeste piauiense.

Alagoas:

mesmo com alto volume de precipitações, a colheita foi finalizada. Houve bom desenvolvimento da cultura, mas com rendimento reduzido devido à utilização de algumas cultivares.

Sergipe:

a colheita finalizou sem maiores problemas, apesar das precipitações mais volumosas na segunda quinzena do mês e da presença da variedade invasora arroz grande nas áreas. Houve redução na produtividade, com ressalva para a utilização da soca da safra anterior, de modo que reflete negativamente na produtividade das áreas.

Paraná:

a colheita para o arroz irrigado está praticamente concluída, com 99,2% em boas condições. No de sequeiro, a colheita está quase finalizada, em 94%, com a maior parte dos grãos em bom desenvolvimento, apesar de parte das lavouras ficarem em condições regulares devido ao efeito climático adverso sobre a cultura, especificamente na época da florada.

Tocantins, Minas Gerais e São Paulo:

a colheita foi finalizada, os grãos colhidos apresentaram boa qualidade.

 

1 Comentário

  • Com a seca severa no período crítico da cultura do arroz era esperado quebra maior q está apresentada, mas um consenso é certo, altos custos tbm inviabiliza cultura pro ano.#PARTIU SOJA PRO ANO.

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