Depressão Central sofre com as chuvas

 Depressão Central sofre com as chuvas

Correnteza em meio às lavouras em Candelária (RS)

Prejuízos só poderão ser calculados quando baixar o nível da água das enchentes.

O temporal que provocou chuvas de 200 a 270 milímetros em menos de 24 horas na Depressão Central gaúcha entre segunda e terça-feira inundou lavouras de arroz, arrebentou taipas e barragens e provocou enxurradas em áreas já plantadas ou preparadas para a semeadura, só terá os prejuízos contabilizados a partir desta sexta-feira, com a expectativa de que baixe o nível das águas. O coordenador Regional do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) na Depressão Central, Jaceguáy Barros, explica que o excesso pluviométrico provocou o transbordamento dos açudes e arroios da região. O Rio Jacuí, principal curso d´água, teve seu nível elevado em quase 5 metros até esta quarta-feira. Nos municípios de Candelária, Cerro Branco e Novo Cabrais, praticamente 100% das áreas arrozeiras foram cobertas pelas águas.

Barros explica que no período inicial do estabelecimento das plantas na lavoura, da germinação até a planta de quatro a cinco folhas, a submersão por 48 a 60 horas causa pouco prejuízo (como pode ser comprovado no arroz pré-germinado). “Porém, certamente os danos e perdas maiores serão decorrentes das enxurradas e locais que tiveram correnteza, onde ocorre erosão perda de nutrientes, de solo, de sementes e o comprometimento de infraestruturas de lavoura com pontilhões, estradas, taipa de açudes, canais, drenos e taipas de cortes de lavouras”, explica.

Ainda sem poder mensurar os danos na região, que está entre as mais atingidas no Rio Grande do Sul, o engenheiro agrônomo do Irga considera que em algumas áreas pontuais será necessário realizar o replantio e a recomposição das taipas das lavouras. Isso, fatalmente vai gerar um prejuízo significativo. As barragens de romperam comprometem o seguimento da lavoura pelo risco de faltar água para a irrigação. No caso do replantio, a considerar que isso só deverá acontecer dentro de 10 dias ou mais, o produtor já o fará fora da melhor época de semeadura, o que fatalmente afetará a produtividade. “Por hora, estamos trabalhando com a expectativa de danos importantes, mas pontuais. Para o conjunto da safra, no entanto, pela extensão da lavoura gaúcha em 1,1 milhão de hectares, o comprometimento não será tão significativo”, considera.

O engenheiro agrônomo do Irga no Núcleo de Assistência Técnica e Extensão (Nate) de Candelária (RS), Paulo Luciano de Siqueira, considera que a expectativa para as lavouras do município é a "pior possível". "Gostaríamos de ter boas notícias, mas o que se viu foi um quadro muito triste, com as enxurradas cobrindo as lavouras, correntezas muito fortes, a partir de riachos, sangas, arroios, rios, açudes que transbordaram e até mesmo a acumulação da água nos quadros de arroz", reconhece. Em Candelária, algumas lavouras ficaram submersas sob mais de dois metros de água. "A partir desta sexta-feira, se não voltar a chover, vamos começar a contabilizar os prejuízos com mais segurança", explica.

Soja

Para Jaceguáy Barros, o maior prejuízo deverá se concentrar nas áreas de cultivo de soja em várzea. Na região, dos 14 mil hectares projetados para serem cultivados nesta temporada, cerca de mil apenas já haviam sido semeados. “Estas áreas terão que ser completamente replantadas, pois a soja não tem a mesma resistência que o arroz sob estresse deste tipo”, explica.

10 Comentários

  • E agora vão chamar a imprensa de CORVO ou URUBU também por divulgarem as calamidades que assolaram o Estado??? Olhem no meu facebook está lá para quem quiser ver o tamanho da enchente do Rio Toropi… Eu só tinha visto ele uma vez desse tamanho até hoje… Vamos ver se o governo vai ajudar aqueles que perderam tudo!!!

  • Não esperneia, Flavio. Olha o que disse o Jaceguay: “Por hora, estamos trabalhando com a expectativa de danos importantes, mas pontuais. Para o conjunto da safra, no entanto, pela extensão da lavoura gaúcha em 1,1 milhão de hectares, o comprometimento não será tão significativo”. “Soja na várzea dos outros é colírio”, não é?

  • Seu Nelson… Espernear por quê??? Não entendi a piada… e se foi piada não tem graça nenhuma… Peço que o nobre Agrônomo dê uma passadinha no site do Irga e dê uma olhadinha nas previsões para a fronteira-oeste (Uruguaiana, Itaqui, Maçambará e São Borja) para esta terça e quarta-feira!!! E viva a soja, a salvação do arroz no Brasil!!!

  • Bom, então agora posso te chamar de Mãe Dinah porque há dez dias tu tava prevendo seca. E na semana passada tu já tava prevendo a desgraça dessa semana? Não, não tava. E rezo para que nada aconteça com os plantadores da fronteira (já tiveram problemas na safra passada) e todos os outros porque isso não vai alterar nosso mercado. Arrisco dizer que será pior, teremos menos produto prá exportar, prá manter o nosso “márquete xére”. Quanto à soja, vai salvar alguns plantadores de arroz, Ainda é apenas alternativa ocasional, com grandes riscos na várzea. E enquanto o mercado remunerar nesse patamar. PS: não sou nobre, posso ser confundido com qualquer xiripá na lavoura.

  • E vai ter seca sim… Espera dezembro chegar… o que não se esperava era toda essa chuvarada em novembro mesmo!!! Ninguém previa isso… Nem eu e nenhum instituto de meteorologia… Com tamanha certeza… Quanto a questão mercadológica, discordo plenamente… quanto mais produto colhido aqui no Brasil, maiores as quedas de preços na safra e meses seguintes… Muito arroz “a depósito” força os preços para baixo sim ou não deixam os preços subirem… Não torço e jamais torci para que catastofres naturais assolem a lavoura de arroz como querem fazer transparecer… Até porque minha família produz arroz na fronteira-oeste… Seria um grande contrasenso da minha parte… O que se propõe nesse espaço são trocas de informações sobre como andam e os problemas enfrentados pelos produtores… Reclamamos sim que não é justo o governo congelar os preços em R$ 34 e deixar os custos dispararem com a sua política de alimento barato para o povão… Mas nenhum de nós fica gorando ou torcendo para que colegas colham mal para tirar vantagem do ocorrido… Longe disso… Isso seria no mínimo hipocresia e falta de respeito com a classe tão sofrida desde os planos Collor da vida… Cobramos através de um debate amplo encontrar alternativas que contribuam para a alavancagem da renda e do lucro… Não queremos vender mais arroz a R$ 17… Mas cada um tem a sua opinião e eu respeito!!!

  • Junto com alguns predispostos aqui, também lamento muito as enchentes que assolam a depressão central e fronteira oste, ainda mais por saber que isso só gerará aumento nos custos de produção, pois como em alguns lugares a enchente lavou a semeadura, fertilização e defencivos, para o replantio haverá um acréscimo significativo nos custos. Mesmo assim, serão plantadas variedades hibridas que crescem mais rápido afim de amenizar o tempo perdido que já bate à porta, Assim a safra 2014 não será tão prejudicada, isso tudo na minha humilde opinião, de alguém que não está in loco para comprovar oque lê, me resguardando com o direito de estar completamente errado, e ver a safra 2014 ser comprometida significativamente pelas chuvas de novembro. Salvo o receio de estar errado, sinto que teremos uma safra igual ou superior a desse ano que passou e com os custos maiores ainda. Lei da oferta e da procura vai afundar ainda mais a lucratividade do setor,e a soja que se perde por ser menos resistente a esse tipo de intempeste amenizará nada como seria seu papel…

  • Sr. Felipe, ao contrário do que ocorria antigamente, existem variedades de ciclo curto (417) que podem ser plantadas em dezembro e até início de janeiro… São variedades que poderão ser colhidas nos meados e final de abril… Entretanto, o que se tem observado nos últimos anos é que após as enchentes as torneiras secam… a seca chega e esse arroz plantado no tarde precisa ser banhado para nascer… Não há um nascimento (germinação) completo (diminuição do perfiliamento), o que por si só afeta a produtividade… Gasta-se muita água das barragens (risco de faltar na floração)… E em março, período de floração, nos últimos anos, o frio tem chegado muito precocemente… Esses são os riscos de plantar no tarde meus amigos… Então teremos uma safra normal, nada mais que isso… Abraço a todos…

  • quando se fala em inflaçao no brasil,culpados arroz e feijao, nosso governo tem de manter o preço la em baixo, so estoura no produtor, maior pagao de impostos ,taxas, juros …nunca deixarao o arroz passar de 40,00 a saca

  • Senhores, o problema todo esta em nós mesmos. Temos que nos unir. Não adianta nada ficarmos brigando e discutindo. Temos e sempre teremos opiniões diferentes. A industria precisa comprar barato, porque a própria industria vende barato. Ou nos unimos, ou vamos morrer todos juntos. Arroz que seja a R$ 40,00 deve ser vendido acima de R$ 60,00 no nordeste. Arroz a R$ 35,00 ou R$ 36,00 como querem deve ser vendido a R$ 55,00 ou R$ 56,00. Mais temos marcas sendo vendidas em Fortaleza a incriveis R$ 45,00, em Salvador a R$ 46,00 e em Belém a R$ 48,50. Qual a mágica? Nós competimos com as empresas de SC que ainda pegam a produção de lá e usam para conseguir crédito presumido aqui no RS. Eles tem frete menor, não tem CDO e diferença de imposto…… Fico triste ao ver que não conseguimos um concenso para acharmos a alternativa viável. Soja tem altos e baixos, não é a salvação, mais ajuda. Ainda temos diferenças de preços de arroz em casca (Camaqua R$ 36,00, Bagé R$ 32,50, Santa Maria R$ 31,80 cfe. cepea….) ai é brincadeira…… Como vamos vender competindo “desigualmente”? O cliente não quer saber de onde vem o arroz, para ele só importa se diz tipo 1, mesmo que dentro do pacote, em muitas marcas isso não seja verdade. Que DEUS NOS ABENÇOE e tenhamos forças para continuar lutando.

  • É Sr. Flavio Shmidt, pelo visto a safra será normal, mas arroz de qualidade será mais escasso…
    Boa sorte, bons negócios, excelente soluções a todos!

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