Dias de campo vão mostrar resultados do Manejo Integrado de Pragas e doenças nas lavoura
Eventos acontecerão em Palmares do Sul e Camaquã.
O Manejo Integrado de Pragas e Doenças em lavouras de soja (MIP) será demonstrado em dois Dias de Campo que ocorrem na próxima semana, dias 10 e 12 de abril, em Palmares do Sul e Camaquã. A Emater/RS-Ascar vai mostrar nestes eventos o uso integrado de diferentes técnicas que possibilitam um manejo eficiente das pragas, resultando em produtividade com sustentabilidade econômica e ambiental.
Em Palmares do Sul o dia de campo começa às 9h30 e será na propriedade de Pedro Rogério Silveira Soares (RSC 101, km 137, estrada Capivari a Palmares do Sul). Estão previstas quatro estações: manejo e conservação do solo, semeadura e velocidade de plantio x produtividade, manejo integrado de pragas em lavoura de soja e seus resultados e tecnologia de aplicação de agrotóxicos.
Este é o primeiro ano que Pedro Rogério Silveira Soares trabalha em parceria com a Emater/RS-Ascar para a implantação do MIP em uma área de 40 hectares de soja. Segundo o chefe da Emater/RS-Ascar de Palmares do Sul, Alex Corrêa, o produtor partiu para este tipo de cultivo porque estava perdendo produtividade e dinheiro com o arroz e resolveu diversificar. Agora ele está diversificando para melhorar a área e diminuir o custo de produção, plantando milho e soja e mudando a cultura de inverno, explica Corrêa.
Segundo o agrônomo, o acompanhamento da Emater/RS-Ascar nesta e em outras lavouras do município fez com que se percebesse que, ao longo dos anos, há uma redução de 50% no uso de inseticidas nas lavouras, o que gera uma economia de cerca de R$ 230,00 por hectare.
Em Camaquã, o Dia de Campo será na sexta-feira (12), a partir das 13h30, na propriedade de Otacílio Cláudio de Moraes, na localidade de Chácara Velha. A família Moraes tem plantio de soja, aveia, nozes, milho e outros alimentos para subsistência. Com soja são 24 hectares e este é o terceiro ano de parceria do produtor com a Emater/RS-Ascar para implantação do MIP.
Durante a tarde de sexta-feira (12), quem for a Camaquã vai receber informações e vai poder aproveitar para fazer perguntas sobre o MIP, o Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, do qual a família Moraes faz parte, sobre velocidade de plantio, tecnologia de aplicação dos produtos fitossanitários e perdas na colheita.
Segundo o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Guilherme Martins Costa, a intenção é, através do monitoramento da lavoura feito em parceria com os produtores, observar os cultivos, para que seja avaliada em conjunto a necessidade de aplicação de algum agroquímico, evitando seu uso de forma indiscriminada e baixando os custos do produtor. O manejo visa a questão econômica e a preservação ambiental. Para isso, o produtor deve criar o hábito de monitorar a lavoura e não utilizar aplicações de agrotóxicos sem a presença efetiva da praga, ressalta.
Martins Costa explica que o acompanhamento da lavoura é feito semanalmente com o uso do pano de batida, que é branco e tem o tamanho de 1,0m de comprimento por 1,5 m de largura, e serve tanto para se verificar o número e o tamanho das pragas existentes, quanto o nível de danos ocasionados em relação ao estágio de desenvolvimento da planta.
Para a inspeção, ele é colocado numa fileira de soja e são coletadas amostras das pragas e identificados os inimigos naturais. Com isto os produtores sabem o nível de dano e aí podem tomar a decisão mais correta sobre a necessidade de controle ou não das pragas.
Além destes dias de campo em MIP, outros acontecerão em mais de 50 municípios do Estado, visando à redução da aplicação indiscriminada de defensivos nas lavouras, diminuição dos custos e menos impacto ao meio ambiente.