Embrapa e Irga definem ações para a Abertura da Colheita do Arroz

 Embrapa e Irga definem ações para a Abertura da Colheita do Arroz

Sistemas de produção em várzea (Foto: talyssa Machado)

(Por Embrapa) Um dos grandes desafios a cada planejamento e organização da  Abertura Oficial da Colheita do Arroz (Aoca)  é trazer inovações, novas soluções para os problemas do cotidiano do agricultor, seja por meio de novas cultivares, práticas agropecuárias, sistemas de produção. A Metade Sul do RS, numa organização conjunta entre a Embrapa e o  Irga, no quarto ano consecutivo, já está com as áreas das lavouras experimentais bem definidas. A 32ª edição acontecerá entre os dias 16 e 18 de fevereiro de 2022, na  Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado , em base localizada no Capão do Leão / RS. O evento é capitaneado pela Federarroz.

Um dos responsáveis pelo planejamento das lavouras experimentais no evento é o engenheiro agrônomo e coordenador regional Zona Sul do Irga, André Matos. Segundo ele, o diferencial nesta edição é a apresentação de vários métodos de irrigação para que se possa vislumbrar para o setor uma atividade produtiva com uso da rotação de culturas, o que é fundamental para a sustentabilidade do arroz. No momento atual é usado a cultura da soja, embora haja também possibilidade de uso da cultura do milho. Para ele as soluções de irrigação, somadas ao lançamento de tecnologias de empresas privadas em complemento às já existentes, vão oferecer alternativas de controle de plantas daninhas resistentes, doenças e também fomentar ações de integração-lavoura-pecuária (ILP),

“Pretende-se espelhar nas áreas das lavouras experimentais da Aoca o que a Metade Sul do Estado vem fazendo, então não se tem como deixar de apresentar uma ILP, a irrigação e todos os métodos disponíveis, pois teremos a apresentação de lavouras com irrigação por aspersor, irrigação por pivô central, irrigação subterrânea e irrigação por sulco-camalhão. Outro elo de tecnologia que se liga à agricultura e que a gente vem trazendo ao longo das edições do evento, e não se pode deixar de fora, é a pecuária. Este ano resolvemos dar um foco maior ao destinar uma área exclusiva para ILP, com uma vasta coleção de cultivares de forrageiras da Embrapa e também de outras empresas que se somaram à ideia ”, disse.

Novas cultivares

Duas novas cultivares serão lançadas na 32ª Abertura. O Irga vai apresentar um produto de pesquisa com uma cultivar de arroz irrigado 426 CL, ainda mais precoce que compõe o seu portfólio de produtos. A Embrapa lançará um cultivar de arroz irrigado BRS A705, que é uma evolução da  BRS Pampa , com flexibilidade no manejo, resistência ao acamamento, porte reduzido (plantas baixas), com possibilidade de uso no sistema pré-germinado e com alta produtividade, ultrapassando a marca de mais de 10 ton / ha.

Vitrines de grãos da Embrapa

O responsável pela coordenação das lavouras experimentais pela Embrapa para a Abertura da Colheita, o pesquisador Elbio Cardoso, explica que a Empresa mostrará áreas demonstrativas com cultivares de arroz, soja e milho, além de técnicas de manejo das culturas e do solo em terras baixas. Serão demonstrados o desenvolvimento e desempenho das cultivares de arroz  BRS Pampa CL ,  BRS Pampeira,  BRS A705 e BRS A704. Quanto à cultura da soja, serão aceitos cultivares de ciclo precoce e médio; para o milho a ênfase ao manejo voltado à alta produtividade em terras baixas, cultivado com irrigação no sistema sulco-camalhão.

O pesquisador Giovani Theisen está relacionado na área demonstrativa de soja e milho da Embrapa e conta que será possível visualizar lado-a-lado os métodos de manejo de solo como o sulco-camalhão e o camalhão de base larga. Além disso, as cultivares têm distintos ciclos e épocas de semeadura, para demonstrar a diversidade de sistemas de produção e a adequação das opções ao modelo predominante na propriedade rural. “Aqueles produtores que trabalham com pecuária integrada à produção de grãos podem usar materiais de ciclo mais curto, para que consigam a pastagem normal logo no início do outono / inverno, após uma soja precoce ou milho; é importante adiantar a época que a pastagem está disponível aos animais. Tudo isso para demonstrar que uma atividade pode e deve se integrar à outra, isto é, pode-se tirar a soja ou milho, e já colocar de imediato a pecuária; “ganha-se no aspecto técnico, ganha-se no aspecto econômico”, explica.

Na cultura do milho a ênfase será para obter alta produtividade com irrigação e destaque os quesitos de população e época de semeadura. “Vamos mostrar que a melhor época para o milho irrigado é o que chamamos semeadura do cedo ou de meio-termo; para uma obtenção de alta produtividade; no plantio do tarde, comum na região, o potencial da cultura é bem menor pela própria origem de luz solar, que inclui, dentre outros fatores, como a maior ocorrência de pragas ”, disse.

Vitrines de forrageiras de verão para ILP

Como opção às atividades de ILP, durante a feira pode ser visto pelo público visitante uma coleção de forrageiras de verão sob diferentes formas de manejo. As cultivares de  Brachiaria BRS Ipyporã , Panicuns  BRS Quênia,  BRS Tamani  e  BRS Zuri , Capim elefante anão  BRS Kurumi,  Capim elefante  BRS Capiaçu , Trevo  BRS Resteveiro,  Trevo vermelho  BRS Mesclador,  Trevo Branco  BRS URS Entrevero , Trevo vesiculoso  BRS Piquete,  Cornichão  URS BRS Posteiro  e Capim Sudão BRS Estribo serão conferidas   nas principais formas de manejo:

Pasto sobre pasto: pastagem de verão sobre pastagem de inverno e perenes;
Pasto 365: manejo e cultivares para oferta de forrageiras durante os 365 dias do ano;
Manejo de espécies invasoras no campo nativo;
Cultivo de milho, sorgo granífero e capim sudão em camalhões de base larga.

Universidades

Além da Embrapa e do Irga, as empresas parceiras participantes também aumentam seus portfólios, assim como, os portfólios de todos os cultivos. De acordo com André Matos também serão mostradas, como no ano passado, a aproximação das principais universidades –  Ufrgs,  Ufsm ,  UFPel  – ligações ao setor arrozeiro e os trabalhos desenvolvidos pela Epagri/SC , uma empresa pública que está ligada diretamente ao arroz e que tem seu protagonismo nas áreas de pré-germinado. “Com todas estas instituições junto ao IRGA e Embrapa, teremos o portfólio de pesquisa pública robusta e completa com entregas de novidades para os produtores”, destacou.

Participação de público

“Quanto a expectativa de um maior número de visitantes nesta edição de forma presencial é contar com a presença de um público, se não totalmente livre dos riscos do Covid-19, mas ter a realização de uma edição próxima disso”, pontuou Matos. Ele está otimista em receber um grande público, pelo fato do cumprimento de todas as normas de segurança sanitária pela coordenação do evento. “Temos um conforto que a vacinação trouxe na redução de casos, o que nos faz ser esperançosos em contar com um público em massa como ocorreu em 2020, já que em 2021, ficamos prejudicados pela pandemia. Estamos à espera do público ligado à cadeia do arroz, sejam eles, produtores, consultores, estudantes, na Estação de Terras Baixas ”, convocou.

Na edição passada a presença de público foi programada para cerca de 800 visitantes por dia. Para 2022, são esperados mais de 10 mil visitantes durante todo o evento, que seguirá no formato híbrido.

4 Comentários

  • Importante as temáticas a serem tratadas na AOCA, no entanto parece estar faltando o imprescindível, que são os aspectos da comercialização, que por tantos anos vimos dizendo até com muita insistência. Isso porque produzir bem e vender mal não adianta. Digo mais, 30% de qualquer evento agropecuário (ainda mais da magnitude deste), tem que tratar da comercialização e da renda da produção. Não somente nas palestras de auditório/vídeo, mas também nas práticas de campo!

  • Sr. Telesca, a abertura da colheita não tem que ter nada voltado para comercialização mesmo, o evento é direcionado para aplicação de novas tecnologias de produção, novos cultivares e outros assuntos voltados a produção, rotação de cultura e etc… Se o senhor quer ver assuntos voltados a comercialização do produto, tens que participar da EXPOARROZ em Pelotas – RS.

  • Obrigado pelo contraponto Sr. Marques! Por esse pensamento ser dominante é que o arroz está valendo 60,00 por saco ou ficando muitos anos deficitários e a caminho da redução dessa atividade econômica. Não esqueçamos, 30% de qualquer evento agropecuário, seja A ou B , deverá estar voltado a comercialização. Sem renda não há negócios!

  • Ainda dá para acrescentar que nem sempre uma tecnologia tem correspondência econômica, o que é essencial para a viabilização de qualquer atividade. Por isso o debate sobre a relação custo benefício é essencial!

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter