Embrapa vai cooperar com Mali na rizicultura

É grande a expectativa do governo do Mali com o projeto, que pode signifcar a porta para o desenvolvimento e para mudanças na área rural do país, um dos mais pobres do mundo..

A expectativa do governo do Mali num projeto de cooperação com a Embrapa na área da rizicultura não cabe em qualquer projeção estatística. Pode significar, de acordo com o ministro da Agricultura, Agathane Ag Alassane porta para o desenvolvimento e para mudanças na área rural – responsável por abrigar 90% da economia do país, um dos mais pobres do mundo.

Tão grande quanto a esperança de Alassane, de ver seu país produzindo e exportando grãos e cereais (especialmente arroz), é a lista de prioridades para realizar as mudanças. Ele enumerou e explicou cada uma delas ao coordenador da Embrapa África, Cláudio Bragantini, e ao gerente de Cooperação Técnica entre Países em Desenvolvimento (CTPD) da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Nelci Peres Caixeta, em uma reunião realizada na tarde de quarta-feira (26), em Bamako.

Entre as metas de Alassane estão treinamento de pessoal, mecanização, testes de variedades da estatal brasileira que respondam às condições climáticas do Mali, além do acompanhamento de especialistas brasileiros nas atividades de projetos para esta finalidade – entre eles um específico para a cultura do arroz.

O encontro de Agathane Ag Alassane – juntamente com técnicos do ministério – serviu para estabelecer as primeiras linhas de um projeto que a Embrapa e a ABC vão fazer para desenvolver a rizicultura no país africano. Embora reconheça as dificuldades técnicas e de recursos humanos, Alassane disse esperar que as lavouras de arroz cheguem a uma produção de 2,5 milhões de toneladas até 2012.

– O nosso foco é ter o produto e também meios para industrializá-lo – disse o ministro ao explicar que, embora produza cereais e grãos, o Mali não tem indústrias e precisa exportar o pouco que tem para, depois, importar os subprodutos da sua própria exportação.

– Queremos ter arroz para o consumo interno e para o mercado regional e produzir nossos flocos e cereais – observou Alassane.

O ministro disse que o apoio da Embrapa ao país já é uma realidade. Ele se refere à instalação do projeto para o desenvolvimento da cotonicultura do Cotton-4 (grupo formado Benin, Burkina Faso, Chade e Mali, países produtores de algodão). O trabalho está em andamento no Centro Regional de Pesquisa Agronômica de Sotuba, vinculado ao Instituto de Economia Rural (IER). Uma das metas é proporcionar o aumento da competitividade da cadeia produtiva do algodão.

A cooperação técnica no caso do projeto do algodão se baseia na transferência de tecnologia da Embrapa, buscando a adaptação nas savanas africanas. As atividades centrais também prevêem a revitalização da Estação Experimental de Sotuba, que funciona como unidade piloto e de pesquisa adaptativa e de validação de tecologias inovadoras.

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