Estresses hídricos atrapalham a colheita do milho

 Estresses hídricos atrapalham a colheita do milho

Produção do milho no RS será muito boa apesar dos problemas pontuais com estiagem e enfezamento

A colheita avançou pouco na semana, pois muitos produtores ainda priorizam a colheita de soja e arroz. O produto segue com boa cotação, o que favorece produtores que tiveram considerável redução de produtividade em suas lavouras, causada pela estiagem da primavera e agora por novo estresse hídrico.

Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, a área colhida permaneceu em 85% do total, restando as de safrinha, em formação / enchimento do grão e em maturação do grão. Ainda que tenham sido boas as condições para a realização da atividade, a colheita pouco avançou devido à atenção e ao envolvimento dos agricultores na colheita da soja. Apesar das chuvas ocorridas no final de novembro e dezembro, a
produtividade média das lavouras de milho está em 3.114 quilos por hectare.

Aumentaram os relatos sobre lavouras com problemas de enfezamento, sendo observada entre as variedades grande diferença de comportamento em relação à doença.

Na de Ijuí, o potencial produtivo do milho de segundo cultivo e/ou implantado em janeiro apresenta redução. Não houve fecundação completa da espiga, principalmente com falhas na parte terminal, diminuindo o número de grãos por espiga. Aumentaram os sintomas de enfezamento em consequência do ataque de cigarrinhas no início do desenvolvimento da cultura do milho.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a colheita prosseguiu, mas ainda em ritmo desacelarado. Os índices são menores nos municípios próximos ao Uruguai, variando de 30% em Santana do Livramento a 80% em Candiota e Aceguá. Na Fronteira Oeste, já foi finalizada. Na Campanha, as lavouras estabelecidas de novembro até 15 de dezembro já completaram o ciclo e estão em fase de perda de umidade a campo, tendo muito bom potencial produtivo. As implantadas a partir da segunda quinzena de dezembro estão em fase final do enchimento dos grãos e foram afetadas pela diminuição das chuvas em março e abril.

Na parte Sul da Campanha, não houve problemas significativos relacionados ao ataque de insetos ou de pragas. As perdas registradas são causadas por pássaros, especialmente nas áreas de bordaduras de lavouras, próximas a áreas de mato. Em lavouras tardias na parte Norte da Campanha e na Fronteira Oeste, foi observada a presença da cigarrinha, vetor de patógenos que causam o enfezamento, igualmente identificado nas lavouras.
Na de Passo Fundo, a colheita chegou a 99% das áreas; de maneira geral, a produtividade final tende a ser bem maior que aquela esperada inicialmente, quando a baixa precipitação indicava restrição ao potencial produtivo.

Na de Santa Maria, a colheita chegou a 75% das áreas. Na média o rendimento da cultura do milho está em torno de seis mil quilos por hectare. A área efetivamente plantada de milho do cedo e do tarde é de 41.836 hectares. Na regional de Pelotas, a colheita chegou a 43% dos cultivos.

Na regional de Frederico Westphalen, a cultura encontra-se praticamente toda colhida, atingindo 97% das áreas. A produtividade reduziu devido à estiagem, e as áreas com as menores foram as semeadas em agosto; as lavouras em colheita apresentam melhores produtividades.

Na de Porto Alegre, de modo geral, lavouras apresentam bom desempenho, em especial as implantadas mais tarde, que sofreram menos déficit hídrico. A colheita chegou a 71% da área; a produtividade média está estimada em 4.198 quilos por hectare, o que reforça as boas condições climáticas desta safra. O milho do tarde tem boa maturação e não sofre limitações, principalmente onde o impacto das chuvas foi positivo para o peso do grão,
evitando quedas na produtividade. Há presença de cigarrinha nas lavouras, que apresentam sintomas de enfezamento.

Na de Soledade, encontram-se em fase vegetativa, florescimento e enchimento de grãos as lavouras de milho com semeadura tardia, que correspondem a cerca de 17% da área cultivada, as quais sentem os efeitos da estiagem que acumula quatro semanas consecutivas sem ocorrência de chuvas significativas na maior parte da região. A produtividade dessas lavouras, que já têm potencial produtivo menor devido à época de plantio, começa a ser afetada por conta do déficit hídrico.

Por outro lado, o clima seco favorece a colheita de lavouras prontas, e 75% delas já foram colhidas. Ocorre enfezamento em lavouras semeadas no período intermediário e tardio do zoneamento agrícola e em determinadas cultivares com maior suscetibilidade. Foram discutidas estratégias para coleta de material contaminado e de exemplares de cigarrinha na primeira semana de maio para análise em laboratório.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, a colheita avançou bastante acelerada e ultrapassa 65% dos cultivos. O rendimento e a qualidade de grãos são muito variáveis: há áreas com ótimos rendimentos e ótima qualidade de grãos e outras foram prejudicadas por períodos de seca; as cultivadas mais no tarde, a partir do final de novembro e semeadas com híbridos mais sensíveis, apresentam perdas de produção e de qualidade de
grão em razão do enfezamento. Apesar das perdas, a média de rendimento estimada em 8.070 quilos por hectare ainda se mantém elevada.

Mercado (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o preço médio do milho aumentou, passando de R$ 84,19 para R$ 85,67/sc., incremento de 1,76%. O preço do produto disponível em Cruz Alta chegou a R$ 98,00/sc.

Milho silagem

Na regional de Bagé, a ensilagem foi praticamente concluída, restando a ensilar apenas as lavouras estabelecidas em janeiro, afetadas pela diminuição de chuvas ao longo de abril, que poderá causar um impacto negativo no enchimento dos grãos e também a antecipação na senescência de folhas da parte inferior das plantas. Contudo, o cenário da atividade foi bastante favorável, com média próxima de 30 toneladas por hectare, com ótima qualidade do material ensilado.

Na de Ijuí, segue em ritmo lento o corte de milho, pois neste período de dias mais curtos, o metabolismo da cultura do milho diminui.

Na de Frederico Westphalen, segue a colheita, apresentando boa qualidade e quantidade de massa verde. Há sinais de intenso ataque de cigarrinha e lagartas na cultura. Na regional da Emater/RS-Ascar de Pelotas, a colheita para silagem se encaminha para o final, com boas produtividades. Nas melhores lavouras, as produtividades alcançaram 45 toneladas por hectare, com silagem de muito boa qualidade. Estão colhidos 91% do total das áreas para silagem. O preço da silagem ensacada posta no local de compra permanece a R$ 0,50/kg. O da silagem ensacada, mas comercializada na propriedade, permanece entre R$ 0,25 e R$ 0,35/kg.

Na de Porto Alegre, a colheita de milho silagem se encaminha para o final, com 88% colhidos. O preço a granel é de R$ 360,00/t.

A colheita da silagem produzida na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim deverá estar encerrada nos próximos dias. Nesta safra, além da redução da quantidade, reduziu também a qualidade da silagem.

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