Faltam pesquisa e preço para o arroz do PR

A tecnologia do cultivo pré-germinado foi implantada por um grupo de assentados do Movimento Sem Terra (MST), no final da década de 1990.

Apesar da eficiência produtiva dos rizicultores de Querência do Norte, a reclamação é única: falta pesquisa para o arroz do estado.

– A tecnologia, as cultivares, os equipamentos, importamos dos catarinenses ou dos gaúchos – reclama Kléber Canassa.

A tecnologia do cultivo pré-germinado foi implantada por um grupo de assentados do Movimento Sem Terra (MST), no final da década de 1990.

– Ainda estamos aprendendo a tecnologia – admite o assentado José Fabro, responsável pela vinda do sistema de cultivo para o município.

– É garantido e tem maior produção – justifica.

Mas as reclamações não ficam só na falta de tecnologia. Fabro destaca os baixos preços do arroz no mercado.

– Há quatro anos o preço parou enquanto o custo de produção continua em alta.

O valor da saca do arroz fica entre R$ 22,00 e R$ 27,00. O produtor culpa a falta de uma política justa de preços mínimos que garanta ao menos recursos para cobrir o custo de produção.

– Estamos pagando para produzir – emenda o vizinho José Carlos Gonçalves.

– A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) calcula um custo de produção em R$ 33,00, como podemos sobreviver vendendo por R$ 22,00?, questiona.

Eles citam ainda o desrespeito do governo até mesmo na condução de programas que melhorariam a renda do produtor, como o de venda direta. Segundo ele, o programa federal teria comprado o arroz beneficiado de uma empresa da região por R$ 37,00/saca.

– Nos recebemos R$ 22,00 e a empresa ainda ficou com o lucro dos subprodutos (casca, farelo e quirera) – completa José Fabro.

Os dois produtores destacam também que não há outra opção de cultivo em seus lotes, que estão em uma área de banhado. Para agregar mais valor à produção e melhorar o ganho dos produtores, uma cooperativa do MST, a Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária Avante (Coana), está iniciando o processo de beneficiamento do grão.

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