Fim do La Niña favorece lavoura

O efeito do La Niña acabou e ainda não há El Niño. Nas duas temporadas anteriores houve atraso ou adiantamento do período das chuvas, refletindo-se no período de plantio da produção.

Acostumado às adversidades climáticas, o produtor brasileiro tem o que comemorar neste ano. Se depender do clima, não haverá problema. O padrão desta safra, por enquanto, é de neutralidade. O efeito do La Niña acabou e ainda não há El Niño. Nas duas temporadas anteriores houve atraso ou adiantamento do período das chuvas, refletindo-se no período de plantio da produção.
Apesar de a umidade do solo estar baixa atualmente em boa parte do Brasil – inferior a 60%, nível indicado para o plantio – os meteorologistas dizem que as chuvas voltam na época certa, recuperando o déficit hídrico.

– As chuvas vêm para suprir parte das necessidades hídricas para o início do plantio – diz Mozar Salvador, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Segundo ele, em parte do Sudeste e no Paraná, onde o clima estava seco, as precipitações voltaram no final-de-semana e a tendência é de que até setembro sigam um período de seca alternado a um de chuvas quando, então, o clima voltaria à sua normalidade para a época. No Centro-Oeste, pelas estimativas do Inmet, a condição de seca persiste até meados de setembro. Naquela região, atualmente, a umidade do solo varia entre 10% a 30%.

– Diferente do ano passado, quando a seca começou mais cedo e a entrada das chuvas demorou, agora a situação é de normalidade. As chuvas foram até maio e retornam em outubro – afirma Paulo Etchitchury , da Somar – referindo-se ao Centro-Oeste.

Segundo ele, o período de seca, neste ano, será quase 60 dias inferior a 2007. O mesmo padrão esperado para Centro-Oeste deve ocorrer em Minas Gerais e no Espírito Santo. Em São Paulo, a previsão é do retorno das precipitações de forma mais rápida. A umidade no solo no estado atualmente varia entre 20% a 50%.

No Sul, segundo os meteorologistas, o padrão é de precipitações regulares em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. No Paraná, de acordo com Marcelo Pinheiro, da ClimaTempo, a regularidade virá a partir de setembro. Etchitchury lembra que, por causa do La Niña, a região vinha com déficit hídrico desde o início do ano.

– Está havendo uma recuperação parcial – afirma.

Ele acrescenta, no entanto, que alguns reservatórios na região arrozeira do Rio Grande do Sul ainda não estão totalmente recuperados. De acordo com os dados da empresa, na região Sul do Brasil a umidade do solo varia entre 60% e 70%, ou seja, propícia ao início do plantio. Apenas em parte da região da Campanha gaúcha é que o índice está abaixo: entre 40% e 50%.

– Se depender do clima, por enquanto, não tem quadro assustador. No ano passado, em algus lugares, a chuva só voltou em meados de outubro, atrasando o plantio – lembra Pinheiro. Apesar disso, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o País colheu 142,4 milhões de toneladas – uma nova pesquisa será divulgada nesta quinta-feira.

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