Forte alta do preço do arroz a consumidores da Ásia e África

A crise financeira global atingiu a produção de alimentos em alguns países, tornando mais difícil para os produtores conseguir crédito para adquirir sementes e outros insumos.

Famílias de países pobres como Paquistão, Congo e Argentina estão sendo afetadas pelo aumento dos preços de alimentos, o que leva mais pessoas para a pobreza, forçando que muitos desistam de comer carnes, frutas e verduras. Com a comida custando até 70% da renda de uma família nas nações mais pobres, o aumento dos preços está apertando os orçamentos domésticos e ameaçando aumentar a má nutrição.

O índice de preços de alimentos da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO) da Organização das Nações Unidas que inclui grãos, carne, laticínios e outros itens de 90 países, subiu 22% em março em relação ao mesmo igual período do ano anterior, embora ainda esteja abaixo dos níveis de 2008. Em alguns mercados asiáticos, os preços do arroz e do trigo estão entre 20% e 70% acima do registrado em 2008. Os custos também têm sido elevados por uma recuperação dos preços das commodities, especialmente para a soja destinada para o consumo asiático. Isto levou a Argentina a produzir mais do grão para exportar, o que provocou desabastecimentos locais de carne e outros alimentos.

A crise financeira global atingiu a produção de alimentos em alguns países, tornando mais difícil para os produtores conseguir crédito para adquirir sementes e outros insumos.

Na Mauritânia, no Oeste africano, os preços do arroz dobraram nos primeiros três meses do ano, de acordo com o Programa Mundial de Alimentação. No mesmo período, o preço do milho subiu 59% no Zimbábue e 57% em Moçambique. Em Kinshasa, na República Democrática do Congo, o preço de um saco de 25 Kg de arroz dobrou para US$ 30 no mesmo período. Na Índia, o preço dos alimentos subiu 17% em abril em relação ao mesmo período de 2009, mas o governo espera que, se as chuvas forem normais nesta safra, o fornecimento de alimentos aumente.

Os países mais pobres acabam enfrentando preços altos devido ao elevado custo de transporte e falta de competição. Os preços caíram de forma dramática no final de 2008 nos mercados internacionais, mas eles continuaram elevados em países em desenvolvimento. Alimentação dos mais pobres consome até 70% da renda familiar. No Egito, uma alta de 50% no preço das carnes nas últimas semanas motivou a organização de protestos em frente ao parlamento sobre salários e outras questões econômicas. Entrevistados em diversos países dizem que não estão apenas cortando os itens mais caros da alimentação, mas estão comendo menos – tendência que acendeu a preocupação sobre a desnutrição. A Índia tem que acelerar a expansão de sua produção de alimentos se quiser equilibrar demanda e oferta.

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