Intervenção limitada
Mecanismos evitaram
queda maior nos preços
do arroz no Sul do Brasil
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Ainda que os prêmios ofertados tenham estado abaixo da expectativa dos produtores e indústrias, a intervenção do governo federal ofertando mecanismos de suporte à comercialização neste início de ano ajudou a evitar uma queda mais forte nos preços do arroz em casca no Sul do Brasil. Operando com Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) conseguiu acenar para o mercado com a referência de R$ 36,01, o preço mínimo da saca de arroz em casca de 50 quilos (58 x 10). O mercado livre já sinalizava com R$ 30,00 para o Rio Grande do Sul – em fevereiro/março – e R$ 28,00 para Santa Catarina. Os preços estabilizaram em torno de R$ 34,00 e R$ 31,00 respectivamente.
Nas cinco primeiras operações realizadas, a Conab ofertou 647 mil toneladas de arroz, com negociação de 346,2 mil toneladas, pouco mais de 53%. Os leilões foram autorizados em portaria publicada no Diário Oficial da União no dia 29 de dezembro e estava previsto um valor aproximado de R$ 100 milhões para essas operações. O objetivo é garantir a manutenção dos preços mínimos do cereal na Região Sul e cumprir a política de garantia de preços mínimos do governo federal e o escoamento do produto concentrado no Sul do Brasil para 10 estados do Norte e Nordeste.
O sexto leilão foi programado para 19 de abril, oferecendo prêmios equalizador e de escoamento para mais 107 mil toneladas, sendo 90 mil para PEP e 17 mil para Pepro, para Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul), que participou ativamente das negociações pela liberação do instrumento comercial, considera que os mecanismos ajudaram a retirar a pressão do mercado gaúcho, mas que os prêmios poderiam ter sido melhores e o efeito ainda mais positivo.
Diante da projeção de quadro de oferta e demanda mais ajustado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) considerou a proposta de aquisições do governo federal (AGFs) para 300 mil toneladas para os estoques públicos, não prioritária. Mas não descartou novas intervenções se estas forem necessárias.
Preços: suporte do governo federal segurou a queda livre