Limite inferior

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Lago: expectativa era de plantar e colher mais e viabilizar um ano de boa comercialização

 Sem água, Uruguai não recupera toda a sua área semeada

Os arrozeiros uruguaios não conseguiram semear toda a área que pretendiam na safra 2020/21, segundo o presidente da Associação de Cultivadores de Arroz (ACA), Alfredo Lago. “Além dos estoques baixos, que não nos permitiram tirar proveito com melhores rendimentos frente à grande demanda na temporada 2019/20, temos um clima que não ajudou e, por isso, não será possível, quando chegar o arroz da nova safra, obter um bom volume de colheita”, explica. Segundo Lago, é uma espécie de penalidade. “Os preços devem ser bons, por isso poderíamos ter um volume mais alto se o clima ajudasse”, reconhece.

No Uruguai, neste ano não choveu da maneira ideal, e não foi possível ter reservas de água adequadas e isso limitou a desejada expansão na área de cultivo, que se baseava num momento em que a soma de vários fatores estabelecia uma perspectiva de bom rentabilidade, algo que há muitos anos não acontecia. Alfredo Lago, considera que no início de novembro, o trabalho de plantio foi concluído em cerca de 134 mil hectares, um pouco menos do que em 2019/20 e bem abaixo do 144 mil de intenção divulgados em julho e agosto.

“Foi o clima que nos freou, porque para os negócios e até para os financiamentos poderíamos avançar mais”, disse. No dia 2 de novembro, a ACA divulgou que a lavoura plantada com disponibilidade hídrica seria de 132.882 hectares, diante de uma área projetada de 144,43 mil hectares. Para o dirigente arrozeiro, se ocorrerem chuvas pode haver um pouco mais de plantio, mas bem longe da expectativa inicial. “Teria que chover pelo menos 100mm nas três bacias mais importantes do país, o que não está previsto”.

O ponto positivo é que a semeadura ocorreu praticamente toda em outubro, o período ideal segundo as pesquisas. Por isso, a produtividade, que costuma ser a maior das Américas, poderia ser ainda melhor, perto dos 9 mil quilos colhidos por hectare. Há até produtores que estão imersos em uma próxima etapa de manejo, a irrigação, aproveitando a boa radiação solar.

Em relação ao arroz 2019/20, 90% dos volumes colhidos foram vendidos e com preços 20% ou um pouco maiores do que os praticados nesta altura do ano passado. O que o setor lamenta é que até o fim de dezembro todo o volume disponível de arroz no país esteja negociado e processado, o que poderá deixar o segmento inativo até que a safra 2020/21 esteja disponível.

Fique de olho
Uma consequência de um cenário melhor para o empresário arrozeiro é que estima-se que de 460 a 470 produtores participem da safra 2020/21. Até os dados finais podem mostrar que houve alguns retornos dos produtores ao setor quando o normal nos últimos anos foi apreciar as saídas. Melhorou, mais ainda está bem longe dos 580 arrozeiros que tinha o Uruguai.

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