Muito além da expectativa

Após consolidar novo recorde produtivo, SC quer estabilidade

A safra 2022/23 encerrou em Santa Catarina contrariando a expectativa inicial de atraso na semeadura e potencial perda e consolidando um novo recorde de produtividade e produção. A produtividade média foi de 8.621 quilos por hectare, 1,6% maior que a observada na temporada 2021/22. Gláucia Padrão, economista da Epagri/Cepa, avaliou que o resultado pode ser atribuído ao incremento em tecnologia, à utilização de cultivares de alto potencial produtivo e à melhoria do manejo. A produção chegou a 1,27 milhão de toneladas, 1,24% a mais do que a anterior.

Levantamento coordenado pela Epagri/Cepa, com 942 produtores de arroz, apontou as cultivares SCS 116 Satoru, SCS 121 CL e SCS 122 Miura como as mais semeadas, representando cerca de 60% da área do estado. Em termos de desempenho, essa safra não foi marcada por problemas generalizados ou de grande monta. Pontualmente, houve excesso de chuva na região de Tubarão, Tabuleiro e Tijucas, o que resultou em redução de produtividade e em necessidade de replantio em algumas áreas.

A expectativa é de estabilidade produtiva, embora a previsão de uma primavera mais chuvosa. O clima não atrapalha tanto a programação de semeadura no sistema pré-germinado. Os principais municípios produtores foram Turvo, Forquilhinha e Meleiro, responsáveis por 24,5% da produção estadual. A indústria catarinense demanda 1,5 milhão de toneladas anuais, a maior parte suprida pela produção local, do Rio Grande do Sul e países do Mercosul.

Cerca de 90% da produção da safra 2022/23 foi comercializada até o início de julho, com um preço médio de R$ 81,45/sc de 50kg. Para o segundo semestre, espera-se a elevação dos preços, dado que boa parte da produção já foi comercializada e outros fatores tendem a manter o mercado aquecido, como as exportações e uma relação estoque-consumo baixa em razão da quebra da safra gaúcha, com consequente menor produção brasileira.

Fique de olho
De janeiro a maio de 2023, as exportações catarinenses somaram US$ 8,378 milhões. O principal destino foi a Venezuela. É quase o dobro do total exportado em 2022. O dólar, favorável, impulsionou as exportações. A perspectiva é de que o ritmo de exportações caia a partir de setembro, quando os EUA deverão colher boa safra, retornando muito competitivos aos mercados. De janeiro a maio, Santa Catarina investiu US$ 6,975 milhões em importações de arroz. A principal origem foi o Uruguai. O volume é 14,2% maior que o valor importado no mesmo período em 2022.

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