Muito além do horizonte
Brasil prepara novos avanços na sua participação como
player no mercado mundial de arroz
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Pelo menos nas cinco últimas temporadas o Brasil vem alcançando um desempenho equilibrado no mercado mundial de arroz, registrando uma importação decrescente – que era, em média, de 1 milhão de toneladas – e uma exportação em torno de 1,2 milhão de toneladas anuais. Essa performance vem garantindo um saldo positivo anual e a condição, crescente, de exportador líquido na balança comercial do arroz. Usando a base montada a partir desses mercados, a cadeia produtiva nacional começa a projetar novos avanços e mira num quadro de ações importantes para evoluir na condição de um dos grandes fornecedores mundiais do grão.
Produção com qualidade, oferta permanente, preços competitivos e acesso aos mercados. As duas primeiras condições estão asseguradas, os preços competitivos dependem de fatores internos e, principalmente, externos, como o câmbio e políticas internacionais de proteção aos cultivos e mercados. Mas o acesso aos mercados depende em muito dos próprios brasileiros. Ocorre que o país está muito amarrado ao Mercosul, aparentemente satisfeito com uma condição de “grande” perto dos demais vizinhos, e dormiu no ponto no estabelecimento de acordos comerciais bilaterais ou coletivos.
Nos últimos anos, três ações surgiram para mudar este cenário: a cadeia produtiva passou a buscar seu espaço internacional por meio de contatos diretos com governos e empresários em eventos, o setor também passou a pressionar o governo federal para estabelecer acordos comerciais que favoreçam as exportações de arroz e, por fim, foi criado o programa Brazilian Rice, numa parceria entre Associação Brasileira das Indústrias do Arroz (Abiarroz) e Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (ApexBrasil). O programa nasceu em 2012 e foi prorrogado em setembro até 2017, com metas muito claras.
Por meio deste programa, os contatos internacionais se intensificaram e o Brasil passou a ser expositor cativo nas grandes feiras de alimentos do mundo e eventos internacionais dirigidos ao cereal. André Anele, gerente do projeto, considera que com o novo planejamento, lançado em Porto Alegre em setembro, o Brasil tende a ampliar os limites das vendas internacionais.
Qualidade
André Barretto, vice-presidente da Abiarroz, assegura que a presença brasileira no mercado externo ganhou, por meio do Brazilian Rice, uma estrutura capaz de fazer com que as exportações brasileiras alcem novos voos. “Hoje, o mundo todo conhece ou quer conhecer esse potencial arrozeiro do Brasil graças ao trabalho que vem sendo desenvolvido. O país é uma referência em mercados de arroz de qualidade, o que é muito relevante e está associado tanto ao trabalho do Brazilian Rice quanto ao produto que vem sendo exportado para as mais distintas nações do mundo”, resume.