Planície Costeira Interna tem início de colheita promissor
(Por Brenda Meirelles, ClicR) Na ensolarada tarde do dia 14 de março, o portal ClicR mergulhou nas movimentadas instalações do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) em Tapes, RS, para testemunhar de perto o pontapé inicial da colheita da safra de arroz. Em uma conversa esclarecedora, tivemos a oportunidade de dialogar com Rudineli Ribeiro Carvalho, engenheiro agrônomo responsável pelo 10° Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural de Tapes (10º NATE), abrangendo os municípios de Tapes, Arambaré, Cerro Grande do Sul, Sentinela do Sul e Barão do Triunfo.
Durante a visita, Rudineli compartilhou conosco valiosos insights sobre os dois principais métodos de cultivo de arroz na região: o cultivo de solo seco e o arroz pré-germinado. Enquanto o primeiro método envolve a semeadura em linha, o segundo requer a pré-germinação das sementes. Notavelmente, a região da planície costeira interna destaca-se como principal produtora do arroz, cultivado em sistema pré-germinado.
“Tapes lidera o quadro de arroz da área abrangida pelo 10° NATE com 18,025 mil hectares”, enfatizou Rudineli. Ele também observou um aumento no plantio em comparação ao ano anterior, sinalizando um início promissor para a safra atual.
Contudo, Rudineli não se esquivou de mencionar os desafios impostos pelas imprevisíveis variações de clima. “Devido às variações climáticas desfavoráveis, os agricultores enfrentaram dificuldades para manter-se dentro da janela de plantio ideal, o que pode indicar uma pequena quebra na produtividade”, explicou o agrônomo. A janela de plantio ideal abrange o período do fim de setembro até o dia 20 de novembro.
Além disso, Rudineli detalhou minuciosamente as diversas etapas do cultivo de arroz, desde o meticuloso preparo do solo até a criteriosa colheita, ressaltando a importância de cada fase para o sucesso da safra.
A qualidade do arroz também foi alvo de discussão durante a entrevista. O arroz IRGA 424 RI, representando 65% do cultivo de arroz no estado, foi exaltado por sua excelência e padrões de qualidade, solidificando a reputação do produto.
Rudineli fez questão de ressaltar que é prematuro tecer avaliações definitivas, pois a colheita está apenas começando. No próximo mês, espera-se números mais substanciais para embasar uma análise mais abrangente da safra.
No que tange aos dados iniciais, ainda não há registro de colheita nos demais municípios atendidos pelo 10° NATE, sendo Tapes o único a registrar colheita até o momento, representando apenas 5,48% da safra municipal. Dos 132.918 hectares semeados na Planície Costeira Interna, apenas 7.368 hectares foram colhidos, o que equivale a 5,54% da colheita da região.
Com um início auspicioso e o compromisso inabalável dos agricultores, a safra de arroz na região da Planície Costeira Interna promete inscrever mais um capítulo de sucesso na rica história agrícola do Rio Grande do Sul.
Segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz, 41% das áreas cultivadas com arroz irrigado no estado encontram-se em estágio reprodutivo, 44,2% em fase de maturação e 8,2% já foram colhidos, representando aproximadamente 73.087 hectares do total estimado de 900.203 hectares pelo IRGA. Essas áreas correspondem às semeaduras realizadas nos meses de setembro, outubro e novembro (até 20 de novembro). Ainda, 6% das áreas encontram-se em fase vegetativa e 0,6% foram perdidas.
Também é importante observar o avanço da colheita de arroz por regional, conforme dados divulgados pelo IRGA em 08/03/2024:
– Fronteira Oeste: semeados 263.903 hectares e colhidos 50.776 hectares (19,24%)
– Planície Costeira Interna: semeados 132.918 hectares e colhidos 7.368 hectares (5,54%)
– Planície Costeira Externa: semeados 100.003 hectares e colhidos 5.490 hectares (5,48%)
– Região Central: semeados 118.107 hectares e colhidos 4.515 hectares (3,82%)
– Zona Sul: semeados 154.318 hectares e colhidos 2.989 hectares (1,93%)
– Campanha: semeados 130.954 hectares e colhidos 1.949 hectares (1,48%)
Estes números, sujeitos a atualização, delineiam o panorama inicial da colheita de arroz no Rio Grande do Sul, refletindo o incansável trabalho e dedicação dos agricultores gaúchos.