Sem limite

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Pioneira do Projeto 10, a Guatambu ainda quer muito mais.

A busca da produtividade sempre foi um dos pilares básicos das lavouras de arroz da Estância Guatambu, em Dom Pedrito (RS). Nos últimos anos, porém, as metas tornaram-se mais audaciosas e, amparadas na melhoria de processos e otimização das tecnologias disponíveis, os resultados começaram a aparecer. Na última safra foram obtidos 10.138 quilos por hectare de produtividade média numa área de 33 hectares do Projeto 10. Nos 627 hectares da lavoura comercial, a produtividade fechou em 8.559 quilos/hectare, quase duas e meia toneladas acima da média estadual nesta safra. 

“Nossa equipe sabe que todo ano temos pontos a melhorar, embora já tenhamos atingido um grau de refinamento do manejo da lavoura muito maior do que há três anos com o advento do Projeto 10”, explica o proprietário da Guatambu, Valter José Pötter. A adoção das tecnologias do Projeto 10 garantiu um salto de qualidade de muitas lavouras em Dom Pedrito e, atualmente, de diversas regiões arrozeiras gaúchas. Na Guatambu há, porém, um diferencial. Antes mesmo do projeto ser desenvolvido, numa parceria entre a Associação dos Agricultores de Dom Pedrito e o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), havia um processo de busca de tecnologias que permitissem à cultura expressar todo o seu potencial produtivo. 

Mesmo assim, tratava-se do uso isolado de algumas técnicas, que ganharam a condição de conjunto a partir do ingresso no programa de alta produtividade. Uma observação importante feita por Raquel Pötter, engenheira agrônoma e uma das responsáveis pelo planejamento da lavoura da Guatambu, diz respeito à relação entre a área e a produtividade. “Naturalmente perdíamos produti-vidade quando aumentávamos a área. Ao longo dos anos fomos evoluindo em termos de manejo e de tecnologia a ponto de, na safra 2003/2004, atingirmos a maior área plantada e também a maior produtividade”, explica. Claro, a interferência positiva do clima não é descartada, mas a conjugação de manejo adequado e tecnologia tem sido fundamental para o sucesso produtivo da Guatambu. 

Fase 2 – Esses resultados são creditados principalmente ao uso intensivo de tecnologias de ponta e à adoção por completo do manejo para altas produtividades preconizado pelo Projeto 10. Para a safra 2004/2005, a Guatambu passará a integrar a segunda fase do programa de alta produtividade, quando serão adotados sistemas de agricultura de precisão. Além disso, as lavouras da propriedade servirão de vitrina tecnológica para a próxima Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em fevereiro de 2005. 

Como principais metas elencadas pela Guatambu para as próximas safras, estão a redução de custos de produção, manutenção e aumento da produtividade nas áreas do Projeto 10 e na lavoura comercial e a sustentabilidade ambiental. 

 

10 mandamentos da Guatambu

1 – Preparo antecipado da lavoura (de preferência no verão), com aproveitamento total da área, taipas baixas e leiveiros suaves para evitar “furos” e garantir a semeadura na época recomendada e uniformidade de plantio

2 – Sistema de plantio direto com densidade de semeadura de 125 quilos/hectare com utilização de variedades de alto potencial produtivo, boa qualidade de grãos e resistência às principais doenças

3 – Nutrição adequada à necessidade da planta para produzir 10 mil quilos/hectare

4 – Controle precoce de plantas daninhas, preventivo de bicheira-da-raiz e monitoramento para controle de doenças fúngicas

5 – Adubação nitrogenada (uréia): 2/3 da dose de N antes da entrada da água e 1/3 restante no estádio V8 e V9 (oito a nove folhas)

6 – Início da irrigação no máximo nos estádios V4 a V5 (quatro a cinco folhas das plantas de arroz) e manutenção da lâmina d’água durante todo o ciclo da cultura

7 – Colheita com umidade entre 18% e 23%

8 – Manter rígido controle e anotações de todas as fases, operações e avaliações da lavoura, bem como monitorar os indicadores de produtividade da cultura

9 – Equipe qualificada, motivada e consciente do impacto positivo das novas tecnologias para a lavoura

10 – Busca constante por informação e atualização em seminários, cursos, congressos e eventos técnicos, além de impor qualidade em todas as ações da lavoura 

Fonte: Raquel Pötter

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